Assim como a música que nós, autistas, ouvimos repetidamente, repetidamente eu desisto da luta.
Já sofremos todos os tipos de preconceitos imagináveis, ou inimagináveis…
Se parar um minuto com uma família ou pessoa com deficiência, pode ter certeza: ela tem uma história para te contar.
O clássico: não te vejo, mesmo que esteja na minha frente.
O velado: aquele que chega como forma de preocupação.
O cruel: vou fazer você sofrer!
Esse dói!! Geralmente vem de pessoas que nos conhecem. Vem despistado também, mas jura que é pela justiça de outros. “Nós não podemos prejudicar uma turma inteira com ele aqui.”
Sabe, nós não passamos mais por tantas situações assim, porque hoje eu não sou mais a Dani mãe do Pedro, eu sou a Dani, Daniele Muffato. E o Pedro é o Pedro, filho da Dani.
Mas tem gente que gosta de nos lembrar que somos minorias e estas não têm escolhas, não temos vontades, não temos espaço…
Pois eu durmo despedaçada…
Mas amanhã eu acordo, colo os cacos e recomeço a luta, cedo, porque não há tempo a perder, porque nossos stims nos condenam, mas também nos salvam. E lugar de autista é onde ele quiser estar.