Hoje eu quero falar sobre um assunto que basicamente eu comento bastante, mas veladamente. Nunca deixo explícito. Mas a minha coluna no Coletivamente é um diário pessoal, de uma pessoa autista, e agradeço ao Marlon por me dar este espaço.
Meu nome é Wallace de Lira, tenho 26 anos e uma página na Wikipédia (que trágico). Eu nunca pedi para ser famoso e nunca quis ser, justamente por conta da minha família. Qualquer um que for hater e quiser me atacar, basta pesquisar Lira entre os meus seguidores e vão achar algum familiar meu pra encher o saco, como fizeram uma vez na foto do meu irmão. E sabe, família é sagrada pra mim. Mexam comigo, mas não com a minha família. Eu tenho as costas largas e aguento isso, eles não pediram para ser expostos.
Eu não posso mentir: quando foram até a foto do meu irmão, eu senti uma raiva intensa, como jamais senti antes. Mas hoje não é dia disso, eu quero celebrar alguns nomes importantes e depois vocês vão entender o motivo.
Essa é a família do Wallace de Lira.
André Mateus – meu pai.
Scarlath de Lira – minha mãe.
Henri de Lira – meu irmão.
Maria Eduarda de Lira – minha irmã.
Gabrielly Cordeiro – minha irmã (filha do meu pai biológico).
Amora Oliveira – Minha vó.
Natan de Lira – Meu vô.
Stefano de Lira – Meu tio.
Ana Sheylla de Lira – Minha tia.
Rai de Lira – meu primo.
Oliver de Lira – meu primo.
Laysla de Lira – minha prima.
Willian de Lira – meu tio.
Vanusa Nunes – minha tia.
Giovanna de Lira – minha prima.
Ivaneide Cardoso – Minha prima.
Kauã Cardoso – Meu primo.
O que todas essas pessoas têm em comum comigo? Além do sobrenome de Lira, elas são peças do quebra-cabeça da minha vida. De alguma forma, toda essa rede de apoio e suporte me ajudou a ser quem eu sou. Quebrado, fragmentado e com diversos problemas psicológicos? Sim. Mas isso não é culpa deles, eu nasci diferente demais para que pudessem compreender. Mas eles compreenderam e nunca desistiram de mim. Foram até os últimos momentos, as últimas circunstâncias. Me apoiaram.
Tenho outros familiares, sim, que inclusive eu valorizo. Têm mais dois autistas na família, mas eu não preciso falar quem são para satisfazer o público. Eu sou figura pública e por mais que eu nunca tivesse pedido isso, hoje eu posso fazer o que minha família fez comigo: dar suporte e tentar ajudar outros autistas a não passarem pelo que passei.
Família pra mim é tudo, é a base que Deus colocou na minha vida. Eu faria tudo por eles, inclusive pedir ao Senhor que se existirem outras vidas, fazer com que eu seja o Wallace deles para sempre.