Hoje eu quero falar sobre amor. Mas, por favor, não me peçam conselhos: eu sou o pior conselheiro amoroso da causa autista. Eu quero conversar com as garotas, mas sou péssimo com isso, às vezes. Então, se você precisar de conselhos para o seu relacionamento atípico, saiba: o Wallace de Lira não é a pessoa mais recomendada para isso.
Muito bem, já falei sobre isso em diversas oportunidades e até mesmo entrevistas, mas muitas coisas mudaram e hoje estou com uma visibilidade ainda maior. Eu já tive dois namoros sérios: o primeiro durou três anos, mas eu sofri muito psicologicamente. Só Deus sabe o que passei. E eu não consigo pensar que foi um aprendizado, consigo pensar que foram três anos perdidos da minha vida. Mas eu desejo tudo de bom para a moça, não vou expor o nome dela porque eu não quero ataques a ninguém, apenas estou contando a minha vida através do meu ponto de vista.
O segundo relacionamento durou cerca de dois ou três meses, ela foi na minha casa e eu na dela, tinha tudo para dar certo, mas infelizmente não éramos compatíveis. Meu total respeito a ela, foram três meses incríveis.
Por mais que não tenha dado certo com essas duas garotas, meus relacionamentos sempre foram instáveis e conturbados, marcados por uma enorme necessidade minha em manter eles e fazer de tudo para que isso pudesse dar certo.
No entanto, para muitas mães que se preocupam com a vida amorosa de seus filhos, tenho algo a dizer: minha vida amorosa não é parâmetro. Cada autista é único, sou diferente do filho de vocês. Tudo acontece no devido tempo, o mais importante é que seus filhos tenham autonomia e qualidade vida. O resto? Não se preocupem, deixem que o tempo decida o que fazer.