20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Adolescentes com autismo enfrentam desafios adicionais que, muitas vezes, passam despercebidos. E precisamos falar sobre esse tema o ano todo, e não somente durante o mês de setembro, que é o mês de conscientização sobre a prevenção ao suicídio. Questões de comunicação, dificuldades de aceitação social, sobrecarga sensorial e exigências escolares sem o devido apoio podem aumentar a vulnerabilidade emocional e colocar essa população em maior risco de adoecimento psíquico.

Estudos internacionais apontam que indivíduos no espectro autista apresentam um risco até sete vezes maior de morte por suicídio em comparação com a população geral. Além disso, uma meta-análise recente revelou que cerca de 34,2% das pessoas com autismo já relataram ideação suicida, enquanto 24,3% tiveram tentativas de suicídio ao longo da vida. Esses números são alarmantes e indicam a urgência de políticas e práticas de cuidado voltadas a esse público específico.

No Brasil, o cenário também preocupa. Entre 2010 e 2013, houve um aumento de 113% na taxa de mortalidade por suicídio entre jovens, além de quase duas mil internações hospitalares por tentativas no mesmo período. De forma mais ampla, entre adolescentes de 10 a 19 anos, as taxas de suicídio cresceram 120% entre 2000 e 2022, saltando de 2,10 para 4,62 mortes por 100 mil habitantes.

A literatura também mostra que a vulnerabilidade pode começar muito cedo. Em um estudo com crianças autistas de até 8 anos, 36,2% relataram “querer morrer”, 35,3% expressaram desejo de acabar com a própria vida e 18,1% já tinham elaborado um plano suicida. Outro dado relevante é que crianças autistas com QI elevado (≥ 120) apresentaram risco de ideação suicida seis vezes maior do que aquelas com QI médio.

Entre os fatores de risco específicos, destacam-se a alta prevalência de transtornos psiquiátricos associados, como depressão e ansiedade, que amplificam o risco suicida. Além disso, experiências de isolamento social, bullying, dificuldades de comunicação e frustrações diárias podem gerar sentimentos de desesperança. A sobrecarga sensorial, aliada às exigências escolares sem adaptações adequadas, também se configura como importante estressor para adolescentes autistas.

Falar sobre saúde mental no autismo é um passo essencial para quebrar o silêncio, combater o estigma e oferecer acolhimento real a quem precisa. A prevenção começa no diálogo, no apoio e na construção de ambientes seguros e inclusivos.

Se precisar de suporte especializado estou aqui para te ajudar.

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