Num post recente, escrevi sobre passeios que podem ser feitos a locais públicos e como isso pode ser revigorante, não só para aqueles que estão no espectro autista como também para toda a família. Resolvi voltar ao tema, por julgar ser de muita relevância.
Imagine um passeio em família, aqueles típicos de domingo! Muitas famílias após o diagnóstico de autismo ou outro atraso significativo do neurodesenvolvimento não só deixam de estarem juntas aos parentes mais próximos, como também deixam de fazer aqueles passeios com o “Bonde das tias, primas, etc”.
Pois bem, aqui na minha família foi um pouco diferente. Claro que já passamos por momentos de afastamentos, até para lidarmos melhor com o novo, as famosas transições do desenvolvimento: da primeira infância, da puberdade e finalmente da adolescência.
Laila é filha da minha prima irmã Luciana Chacur (por aqui primos e primas são criados como irmãos) e praticamente tem a mesma idade da Helena, diga-se de passagem apaixonada pela prima…
Mas houve épocas em que Laila não quis brincar com a minha filha Helena. Conforme o tempo ia passando, o contexto social e cognitivo de ambas ia se distanciando. Enquanto uma estava curtindo k-pop, a outra ainda queria brincar de bonecas…
Nem por isso deixamos de estimular a convivência e o “estarmos juntas”. Ambas estão mocinhas, cheias de suas vaidades, seus apegos, seus mimos, seus espaços.. Mas já compreendem a diversidade e curtem um passeio de braços dados num domingo muvucado de gente no Jardim Zoológico de São Paulo!
Entendem o significado dos laços, do amor em família.
E como ficam os nossos corações de mães ao vermos essa cena tão espontânea e tão cheia de significados?