A característica principal desta refeição é a quebra do jejum. Tradicionalmente, o período noturno é associado a uma menor taxa metabólica, mas de grande atividade hormonal, que favorece o início de uma jornada intensa. A melatonina, conhecida como o hormônio do sono, tem a função de detoxificar o organismo enquanto dormimos. As crianças autistas ou com TDHA têm um estresse oxidativo por conta das dificuldades em diferentes níveis que passam durante o dia a dia. Por isso é interessante que a última refeição do dia seja feita até três horas antes de dormimos, só assim teremos um sono tranquilo e reparador.
Sendo assim, o desjejum deveria ser um ritual composto pela somatória de: carboidratos (pães, biscoitos, tapioca e cereais integrais), vitaminas e sais minerais (frutas da estação) e proteínas vegetais (leite de oleaginosas e derivados). No entanto, a vida moderna, a falta de tempo, os horários matinais precoces das escolas e serviços aparentemente encurtam o tempo dessa refeição tão importante. A socialização com os pais é fundamental para o desenvolvimento psicomotor.
Quando conseguimos conciliar as refeições com o ciclo circadiano, ou seja, alinhar o nosso relógio biológico com o nascer e pôr do sol, está comprovado cientificamente que conseguimos ter mais apetite ao amanhecer, podendo ter a possibilidade de introduzir uma alimentação mais equilibrada e colorida. Um desjejum breve ou a eliminação do desjejum tem um efeito negativo em todos nós, principalmente nas crianças com déficit cognitivo.
Perda de rendimento
Na metade da manhã, as crianças que não tomaram o café da manhã são menos eficientes na seleção de informações críticas necessárias para a solução de problemas, se comparadas com as crianças que fizeram a primeira refeição do dia. A capacidade de memorizar e utilizar as informações recentemente adquiridas, a facilidade verbal e a criatividade são particularmente afetadas quando se omite o desjejum, gerando um prejuízo diário nas crianças especiais.
Essas alterações nas funções cognitivas são parte do estresse metabólico que as crianças sofrem após o jejum de uma noite (8 horas de sono no mínimo) e parte da manhã. A colação, primeira refeição servida na escola, é uma refeição leve que complementa o desjejum, sem interferir na aceitação do almoço, não tendo, portanto, o objetivo de substituir o café da manhã, que é de extrema importância para as nossas crianças.