20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Inclusão em Duque de Caxias

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Foi por amor à filha Luísa, de 7 anos, autista não-verbal, que a pedagoga e mestranda em Educação na UERJ Kezia Queiroz vem liderando um movimento jamais visto em Xerém, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em prol dessa causa. E a CAX (Comunidade Autismo em Xerém) vem abraçando cada vez mais famílias da região.

– Descobri o autismo da minha filha em 2017. No ano seguinte, criamos uma página para compartilhar informações com outras famílias. Na nossa região, falta muita coisa para quem convive com o autismo, como agentes escolares. Mas só em 2022 o movimento tomou corpo, comecei a acolher outras mães e famílias que estivessem enfrentando a mesma situação em Caxias. Começamos com 23 pessoas e hoje temos 90 – explica a fundadora do grupo.

Em 2022, a CAX deu entrada em uma ação de caráter coletivo no Ministério Público de Duque de Caxias, na Promotoria de Tutela coletiva de Proteção à Educação. O objetivo foi alertar o órgão sobre a falta de agentes de apoio à inclusão educacional no município.

Aos poucos, com a inclusão de cada vez mais famílias, a CAX notou que era preciso promover momentos de descontração para as crianças.

– Percebemos a carência cultural, afetiva e de lazer dos nossos filhos. Ano passado, promovemos o primeiro piquenique inclusivo, também aqui em Xerém. Conseguimos um pula-pula e cada família levou um prato de alimento. As crianças brincaram no campo e foi bastante divertido – recorda a mãe de Luísa.

Primeira caminhada em abril

Em abril deste ano, o grupo promoveu a Primeira Caminhada de Conscientização do Autismo em Xerém, que reuniu 200 pessoas.

– Um cedeu o sítio, outras pessoas ofereceram lanche para as crianças, fomos abraçados pela comunidade – conta Kezia.

A mãe de Luísa sabe que a luta diária é grande, mas não perde a esperança:

– Não temos nenhuma parceria com empresa ou político, somos famílias de baixa renda, simples, que amam nossos filhos e estamos criando uma associação. Conseguimos um advogado para oficializarmos nosso grupo como associação, sem fins lucrativos. Somos todos voluntários e estamos trilhando esse movimento em Caxias para a conquista de direitos, para melhora, aperfeiçoamento e aplicação da política pública dentro dos instrumentos do governo, como os centros de reabilitação, escolas, etc.

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