20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Mundo ímpar, emoções pares

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O autismo é por demais desafiador em seu diagnóstico e para a sua intervenção. Quais áreas são mais necessárias para que a abordagem e o acompanhamento terapêutico busquem um melhor desenvolvimento, bem como, as potencialidades estimuladas da pessoa autista?
Pensar nas intervenções é pensar na particularidade de cada uma, no autismo que cada um traz para a sua rotina, seu dia a dia, seus desafios, para sua vida.
“A criança autista manifesta uma enorme dificuldade e incapacidade para lidar com suas emoções e as do outros, não conseguindo estabelecer e desenvolver, pelo menos, por muito tempo (considerando o grau de severidade em que se encontra), relações interpessoais (sociais), revelando comprometimento nesta área social, na linguagem e na comunicação.” CAVACO (2019, P.44)
É nesse meandro que a arteterapia pode fazer a diferença para todas as pessoas autistas, em todas as idades, pois a arteterapia cuida das emoções com arte. Para o arteterapeuta, é criar um espaço de escuta sensível, tempo e lugar, onde a pessoa tem a liberdade para sentir e materializar em arte, as suas sensações e emoções que emergem do seu corpo e mente.
Segundo CIORNAI (2004, P. 50), para escuta na arteterapia, “o terapeuta relaciona-se com as expressões artísticas de seu cliente com interesse genuíno e curiosidade, estimulando e facilitando o diálogo com suas próprias criações.”
A linguagem verbal e a não verbal são especialmente acolhidas e sentidas. O compartilhar desse sentir é visível, palpável e compreensível, onde o elo criado faz com que esses momentos únicos sejam também compartilhados e alegremente sentidos, e então correspondidos. Assim, a reciprocidade se evidencia, dando legitimidade ao pertencimento.
Estabelecer um vínculo afetivo por meio de canais artísticos, criativos e imaginários desenvolve nas pessoas autistas um elo de confiança e segurança, trazendo bem-estar e harmonia à sua vida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CAVACO, Nora. Minha criança é diferente? Diagnóstico, prevenção e estratégias de intervenção e inclusão das crianças autistas e com necessidades educacionais especiais.2. ed. Rio de Janeiro. WAK Editora, 2019.
CIORNAI, Selma. Percursos em arteterapia | arteterapia gestáltica | supervisão em arteterapia/ Selma Ciornai (org) – São Paulo: Summus, 2004.


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No vídeo abaixo, bem humorado, toco em pontos que comumente as pessoas confundem quando tratamos de autismo. Espero que gostem.

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