É com muita alegria que dou a seguinte informação: na próxima sexta-feira, dia 8, estarei na Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, participando da palestra Escrita Sem Barreiras – Acessibilidade para todos autores. A Paula Pfeifer, do site www.cronicasdasurdez.com, estará comigo como palestrante, e a mediadora será a Sara Bentes.
Abaixo, a entrevista ao jornalista Gustavo Loio, do Coletivamente, sobre a minha participação na Bienal:
Como você recebeu o convite para a Bienal?
O meu livro “Humor Azul” foi publicado na Amazon em formato digital (eBook), nas versões em Português, Inglês e Espanhol, e a empresa me convidou para participar de uma mesa-redonda no estande do Kindle na Bienal do Livro de SP no ano passado. Devido a conflitos de agenda e questões pessoais (gatilhos de crise, por exemplo), não pude participar do evento em SP. Porém, a empresa me refez o convite neste ano para a Bienal do Livro, no Rio, e então resolvi aceitá-lo, inclusive por estar mais preparado fisicamente e psicologicamente para participar de um evento de grande porte.
Qual a importância desse tema, Acessibilidade para todos os autores, na sua opinião?
O tema mostra para a comunidade literária que as pessoas com deficiência não são apenas consumidoras de conteúdo, mas também criadoras e produtoras de conteúdo. E usando a nossa própria vivência enquanto indivíduos que costumam ser alvos constantes de preconceito e discriminação, podemos compartilhar nossas experiências em nossas obras, e, assim, combater o desconhecimento sobre a realidade da pessoa com deficiência. Por exemplo, em pleno 2023, ainda há muitas pessoas que não sabem que autistas adultos existem.
Qual a importância de debater o autismo em um evento como a Bienal?
A conscientização sobre o autismo é um tema que ainda está engatinhando na sociedade brasileira, visto que o autismo foi legalmente reconhecido como deficiência no Brasil apenas em 2012, através da Lei Berenice Piana. Por isso, o desconhecimento sobre o tema ainda é muito grande, tanto é que a maioria da população leiga ainda cita exemplos e conceitos ultrapassados, como o da “mãe geladeira” e o boato (já desmentido várias vezes) de que o jogador Messi também é autista. Com o acesso mais democratizado à criação de conteúdo, hoje os próprios autistas deixaram de ser apenas o tópico estudado pelos doutores da área e, também, se tornaram escritores, e, muitas vezes, relatam informações sobre o autismo que são desconhecidas até por profissionais renomados e com anos de experiência. Ajudando, assim, a revelar o lado obscuro da condição.