Meu filho me ensina a transformar desafios pessoais em soluções coletivas. Eu já tinha aprendido isso racionalmente em contato com a ancestralidade africana, mas foi o Apolo que ensinou de verdade a colocar esse princípio em prática antes mesmo de nascer. Ele ainda estava no ventre da @thainasbarbosa_ quando me levou a procurar outros pais pretos pra aprender a paternar, dar e receber afeto e trabalhar o empoderamento racial infantil através das partilhas do coletivo @paispretos , que nasceu exatamente dessa minha necessidade.
Agora meu filho me ensinou através do convívio e do diagnóstico dele que também estou no espectro autista e tenho TDAH e dislexia. Observar cada hábito, cada detalhe, cada estereotipia, cada peculiaridade e cada forma de autorregulação do meu filho me fez constatar sem sombra de dúvidas que eu também estou no espectro. Mas faltava a confirmação médica, o diagnóstico profissional, que alcancei graças à excelente atuação da psicóloga Luanda Queiroz (@malateca_autismos), da clínica terapeutear (@terapeutear.autismo), da minha psiquiatra, da minha terapeuta e do meu neurologista, que me acompanham formando uma verdadeira rede de amparo e apoio no cultivo da minha saúde mental. Pauta fundamental especialmente neste novembro azul, já que nós homens não somos socializados pra sentir, nos vulnerabilizarmos ou pedir ajuda. O machismo nos ensino que temos que resolver nossas problemas sozinhos.
Aprendizado com a ancestralidade
Mas o aprendizado com a minha ancestralidade me leva a me aquilombar e transformar essa nova jornada aos 41 anos em rede de apoio, crescimento e oportunidades para outros pais atípicos, gestores e educadores como eu. Além de contar com a escuta ativa, o acolhimento e a amizade dos pais presentes no coletivo Pais Pretos e no Coletivo Pais Atípicos (@coletivopaisatipicos), desde o meu diagnóstico em março venho dando palestras, consultorias empresariais, aulas, cursos e mentorias para pessoas que assim como eu tiveram seu diagnóstico tardio e outras que desejam aprender a incluir e acolher a neurodiversidade em si e em pessoas próximas como alunos, colaboradores, filhos, pais, amigos e outros familiares.
Tudo isso só tem sido possível graças ao apoio, carinho ,confiança e motivação de todos vocês. Muito obrigado, quilombo! Hotep! Vamos juntos!