20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Juntos somos mais fortes!

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Esperança que se vive em um futuro que é agora. Com esta premissa, uma comunidade tem se agigantado nas lutas por uma sociedade mais humana e igualitária: a de pessoas com autismo e suas famílias.

Com uma movimentação orgânica, motivada especialmente por uma noção de pertencimento, e encontros carregados com dor e lágrimas mas também com sede de conhecimento e afinco na defesa de direitos, uma série de grupos, entidades, coletivos e diversas outras formas de simbiose tem permeado a união de pessoas com autismo e famílias.

Pautados na trajetória histórica dos movimentos das pessoas com deficiência que tanto fizeram por aqueles que chegam agora, o movimento de pessoas com autismo e suas famílias assume um papel de resistência, articulação e vanguarda, trazendo consigo quadros políticos e técnicos que podem mudar a vida de milhares de pessoas em nosso país.

Resistência e propósito

Enganam-se quem diz que a comunidade autista pensa somente em si. Ao contrário, a resistência e propósito que nos conduz têm sido fator de mudança para todos. Um exemplo? A retirada do limite de sessões cobertas por planos de saúde em relação a psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos foi resultado da articulação intensa da comunidade autista, em especial de mães, que chegaram a se acorrentar em frente aos tribunais superiores para que o tema recebesse a atenção necessária.

O resultado? Em uma campanha ímpar encabeçada em sua maioria por pessoas com autismo e suas famílias expressa na hashtag #naoaoroltaxativo, a Agência Nacional de Saúde ampliou para todas as pessoas usuárias de plano de saúde com qualquer condição listada pela OMS com o acesso igualitário e ilimitado aos procedimentos terapêuticos conforme a determinação médica. Uma vitória para toda a sociedade.

Agora, em uma nova trincheira, a comunidade autista batalha por mais inclusão nas escolas. Pelo reconhecimento das individualidades que permeiam todos os estudantes em suas necessidades, potencialidade e habilidades através da garantia de planejamentos, como o PEI, e a formação e suporte aos professores. Uma caminhada pautada no Parecer Orientador 50 do Conselho Nacional de Educação que vem conquistando consensos e tem potencial para se transformar, a exemplo do que vimos no rol taxativo, em mais uma conquista de todas as pessoas com deficiência.

Cabe a todos nós o apoio à comunidade autista para que juntos possamos ampliar a garantia de direito de forma universal e respeitando a diversidade de cada grupo, ao invés de fomentar dissensos. Como nos ensina Drummond: “Não nos afastemos, vamos de mãos dadas”.

Portanto, não assiste razão a quem pretende culpabilizar ou criminalizar a comunidade autista por suas lutas. Pelo contrário: será na resistência que estamos construindo que colheremos os frutos das sementes daqueles que vieram antes de nós e que honramos seguindo em frente com o compromisso de não esquecer o lema que tantas vezes já nos uniu: “juntos somos mais fortes!”

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