20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Eu fiquei pouco mais de um dia fora, beirando a desistência, e esse local “insalubre” de se habitar já se alimentou de polêmicas. Eu pretendo abordar todas elas, não vou fugir por conta de um momento ruim, mas eu gostaria de falar sobre algo que me incomoda.

Quando eu era criança e adolescente, chegava em casa chorando por conta do bullying, quem ligava na escola para me defender e ser minha voz? Minha mãe. Quando eu precisava ter minhas demandas atendidas, quem corria atrás? Minha mãe. É justo anular a fala dela por conta de uma busca exacerbada por protagonismo? EU NÃO ACHO.

Prestem atenção, eu não acho. Essa é minha opinião e eu acho indiscutível esse assunto, é fato que mães atípicas vivenciam a maternidade atípica na pele e podem, sim, ser voz com o intuito de auxiliar seus filhos. Elas não querem protagonismo, querem que os filhos tenham autonomia para se posicionar perante o mundo.

Lamento alguns ataques ocorrendo contra mães atípicas, sempre lutei contra isso no meu perfil e desagradou a muita gente, mas é a minha posição. Em um passado não tão distante, mães saiam às ruas para reivindicar o direito de seus filhos com deficiência, que não eram vistos como parte da sociedade. Mães atípicas sofreram com diversas teorias da conspiração, como “vacinas causam autismo”, “mães afetivamente frias causam autismo em seus filhos”, tudo isso são falácias já desmistificadas, mas muitas mães lutaram contra esses absurdos.

Eu sou autista, quando se trata da condição, nós podemos dizer o que vivemos na pele, mas somente na nossa pele e não dar palpite na vida do filho dos outros. Essas discussões volta e meia circulam dentro do ativismo autista, está ultrapassado. Há espaço para todo mundo falar sobre o assunto sem desrespeitar o local de fala do próximo! Falo mais sobre isso no vídeo abaixo.

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