A adolescência, com certeza, é um desafio por si só. Porém, para os indivíduos dentro do espectro autista, pode ser muito mais desafiadora, à medida que as demandas sociais e as pistas sociais implícitas aumentam, a convivência agora já não é mais “inerente” como na infância, mas sim determinada por gostos, afinidades, escolhas, popularidade, entre outras, o que torna o meio social muito exigente, pouco compreensível.
As questões abstratas também aumentam a exigência de “jogo de cintura”, de “censura”, de “adaptação” e torna-se ainda maior, para uma mente que ainda pouco se conhece, pouco conhece sobre esse enigma social, pouco confia em si mesma e pouco as coisas fazem sentido.
Na adolescência, o estreitamento nas relações acontece, assim como os relacionamentos íntimos; a demanda de estudos aumenta; as transformações no físico, no humor, o senso crítico e o julgamento também ficam mais apurados, justificando que nessa fase da vida muitos autistas adoecem, deprimem, têm desejo de sumir, de serem transparentes e rebaixam a autoestima, aumentando o isolamento.
Simplesmente não há condições internas, habilidades e recursos para o enfrentamento, a estrutura não dá conta e inicia-se o sofrimento e o adoecimento.
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