Poucos falam sobre a solidão que acompanha a maternidade atípica. Todos enxergam a “grande mãe”, aquela que luta, que é forte, guerreira, que não desiste. Mas quase ninguém enxerga a mulher por trás desse título, cansada, carente de um abraço, de uma mensagem sincera perguntando: “como você está?”
A rede de apoio, quando existe, é pequena. As mensagens de afeto raramente chegam. E, quando chegam, muitas vezes vêm carregadas de frases prontas, de quem não vive, não entende e não sente na pele o que é essa rotina.
A mãe atípica aprende a ser tudo ao mesmo tempo: mãe, terapeuta, enfermeira, defensora, professora, cuidadora… E mesmo assim, quando o dia acaba, o silêncio pesa. Pesa porque quase ninguém pergunta como ela aguenta, se ela dorme, se ela ainda sonha.
Enquanto o mundo aplaude a força, ela lida com o medo. Enquanto dizem “você é incrível”, ela pensa em quantas vezes quis apenas chorar escondido. A maternidade atípica é feita de amor incondicional, mas também de cansaço, renúncia e de uma solidão que poucos conseguem imaginar.
Entre altos e baixos, ela segue, porque sabe que desistir não é uma opção. Mas, no fundo, toda mãe atípica só queria ser vista. Ser ouvida. Ser acolhida.
Porque até as mães mais fortes também precisam de colo.