20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Eu decidi escrever isso para manter nas colunas do Coletivamente, quero que o Marlon coloque na foto dessa publicação, uma imagem do Ozzy. Pois quando eu ler, estarei escutando “Mr. Crowley” e saudando o príncipe das Trevas.

Eu postei no meu perfil @wallacedelira, mas não havia decidido se iria publicar aqui. Após pensar muito, tomei coragem. Eu não poderia deixar de me despedir publicamente do príncipe das trevas.

Eu tinha mais ou menos 15 anos de idade, chegava na escola com camisas de banda e meu típico estilo introvertido. As pessoas me chamavam de estranho, esquisito e praticavam bullying de forma exaustiva contra mim. Eu chegava em casa chorando, em crises explosivas, entrava no meu quarto, ligava o videogame e colocava um bom rock para tocar. Na minha playlist? Black Sabbath e Ozzy Osbourne eram quase um ritual.

Infelizmente, não tive a oportunidade de conhecer o Ozzy em vida, mas ainda assim, o considero um amigo. Sabe porque? A icônica frase dele, sempre fez sentido pra mim:

“Enquanto houver garotos chateados, o heavy metal continuará existindo”

Isso me marcou. Pois fui o garoto chateado, amargurado com o mundo e com a vida. E o Ozzy? Ele me salvou. Ele partiu e não sei se tinha a dimensão do quanto ele era importante, do quanto as pessoas o amava, eu posso dizer que o amava imensamente, pois Ozzy Osbourne SALVOU a minha vida.

Em tempos sombrios, Ozzy estava presente me iluminando com sua icônica voz. Quando o autismo se tornava um fardo a carregar, Ozzy estava lá para me ajudar com todo esse peso. E se eu puder ir mais além, eu diria que hoje só existe um Wallace de Lira no ativismo porque existiu Ozzy Osbourne para salvar a vida dele em diversos momentos.

Estou devastado, não vou mentir. Não consigo assimilar ainda essa perda. Mas também estou feliz, porque vi a história acontecer. Eu vivi na mesma época em que Ozzy Osbourne, e isso é simplesmente brilhante. Eu fui o garoto chateado que o heavy metal de Ozzy salvou.

Ele tinha dislexia e era chamado de burro. Tornou-se um gênio da música. Ele errou muito em vida, mas demonstrou arrependimento e pediu que as pessoas não repetissem o que ele fez. Iluminou a vida de muitas pessoas e fez caridade sem holofotes. Era constantemente associado ao mal, mas na verdade era cristão, orava antes dos shows e pedia que as pessoas idolatrassem Jesus. Ame ou odeie, mas reconheça a genialidade por trás do pai do heavy metal.

Eu sou Wallace de Lira, um garoto chateado que foi salvo por Ozzy Osbourne. Hoje eu quero dizer: adeus, velho amigo. Adeus, príncipe. Adeus, Ozzy Osbourne. Você estará sempre no meu coração, és eterno na história!

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