O que seria um ativismo pragmático? O fato é que a maior dificuldade na comunidade do autismo é a conciliação entre pais, mães, profissionais e autistas… É de fato uma comunidade? Ou seria mais um reflexo de uma polarização sem contexto?
As adversidades têm nos rodeado a cada semana, banhadas a retrocessos cada vez mais constantes. Em nossa perspectiva, o ato de fazer ativismo tem ficado cada vez mais escasso, enquanto se posicionar tem sido uma tarefa cada vez mais árdua.
O que de fato importa é o quebra-cabeça ou mães e pais quebrando a cabeça para buscar qualidade de vida para suas crianças? Devemos crucificar a análise do comportamento ou devemos fazer uma autoanálise do nosso próprio comportamento? Estimular o autodiagnóstico é válido ou seria necessário mais responsabilidade?
São tantas questões cerceando o que de fato importa, que podemos acabar entrando em um limbo onde o ativismo se torna raso e as “ações” são meras palavras prometidas ao vento. Acreditamos que o diálogo seja sempre o caminho mais salutar, com debates engajados sobre questões que sejam de fato plausíveis de se tornarem realidade, distanciando-se de uma utopia e nos aproximando daquilo que verdadeiramente importa: o pragmatismo.
Cortem nossas cabeças, mas nascerão outras no lugar. É passado e presente, unindo-se por um futuro, onde o ativismo é pragmático. Hoje trazemos uma série de reflexões, apenas isso… Mas nas próximas semanas, iremos responder ao vivo, todas essas questões que atingem diretamente a “comunidade” do autismo!
Não esperamos que haverá consenso sobre todos os pontos, mas este é um manifesto por um ativismo que considere a realidade de toda a comunidade e busque por mudanças reais.
Com Willian Chimura, pesquisador, programador e youtuber. Ativista do movimento pelos direitos do autismo no Brasil