A capacidade de pessoas autistas adultas dirigirem é uma questão relevante, envolvendo considerações multidisciplinares. Segundo a American Psychiatric Association (APA), o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por déficits persistentes na comunicação social e por padrões restritos e repetitivos de comportamento. Contudo, a aptidão para a condução automotiva deve ser avaliada caso a caso, considerando habilidades específicas e necessidades individuais.
Diversas pesquisas, como o estudo de Lai et al. (2016), destacam a heterogeneidade do espectro autista, enfatizando que as habilidades de cada indivíduo variam significativamente. Portanto, é crucial uma avaliação personalizada para determinar a adequação à condução, considerando fatores como processamento sensorial, habilidades motoras e capacidade de atenção.
No entanto, existem requisitos gerais que podem ser aplicados, conforme as normas de trânsito e legislações locais. Por exemplo, o Manual de Habilitação e Segurança no Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) estabelece critérios médicos, incluindo avaliação psicológica, para obtenção da carteira de motorista. Essa avaliação visa garantir que o condutor tenha condições psicofísicas adequadas, o que pode envolver aspectos cognitivos e emocionais.
Abordagem individualizada
Em conclusão, embora pessoas autistas adultas possam dirigir, é essencial uma abordagem individualizada para avaliar a aptidão de cada indivíduo. A legislação e normas de trânsito fornecem um quadro geral, mas a consideração das características específicas do espectro autista é crucial para uma avaliação precisa.
Fontes:
Associação Psiquiátrica Americana. (2013). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (5ª ed.). Arlington, VA: Publicação Psiquiátrica Americana.
Lai, MC, Lombardo, MV e Baron-Cohen, S. (2014). Autismo. The Lancet, 383(9920), 896-910.
Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). (2017). Manual de Habilitação e Segurança no Trânsito.