Sim, estamos avançando. Mas quando o assunto é adolescência e vida adulta no espectro, ainda estamos em passos pequenos.
Em muitos congressos, ainda sou um dos poucos que levanta esse tema — porque, infelizmente, ainda há uma lacuna enorme quando se trata de autismo além da infância.
Esses adolescentes crescem. E o que estamos oferecendo a eles? Estamos adaptando as terapias com dignidade? Estamos respeitando o corpo em transformação, os hormônios, as novas demandas cognitivas, sociais e emocionais?
Colocar um adolescente em uma sala pequena, com cadeiras de criança, e aplicar o mesmo programa de intervenção da infância não é adaptação. É negligência.
A fase da adolescência exige novos olhares, novas estratégias, novas especializações. E isso demanda tempo, estudo e, acima de tudo, respeito.
Não podemos seguir tratando adolescentes e adultos como “crianças grandes”. Eles têm direitos, corpo, voz e uma subjetividade que precisa ser ouvida com seriedade.
Se quisermos falar de inclusão real, vamos precisar também falar de maturidade profissional.