20/06 | 2 anos de Coletivamente

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“Cortem a minha cabeça!”

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2022 chegou ao fim. Um ano repleto de retrocessos, combatemos diversos deles, alguns conseguiram se sobressair. Eu gostaria de falar sobre ativismo, novamente. Na verdade, eu não gostaria, mas se faz necessário. A alta casta da comunidade do autismo, como muitos preferem dizer, se dividiu em subgrupos.

A pluralidade correlacionada à rivalidade entre pessoas autistas tem aumentado, acho isso um tanto quanto interessante. Há um bom tempo estou “cantando essa bola” e dizendo: haverá uma divisão. Pois bem, ela aconteceu, e as pessoas estão cada vez mais raivosas, ouso dizer que algumas se submetem a compactuar com o intolerável para defender os “endeusados”. Santa paciência…

Tirei férias agora no final do ano, em conversa com uma amiga, também ativista e que estava no litoral junto comigo, sentados à mesa de um restaurante, disse a ela que pensava em desistir do ativismo. A desistência já havia começado pelo fato de ter avisado meus seguidores que “não sabia se iria continuar”. O momento ficou tenso e reflexivo… Seria mesmo a hora de parar? Encerrar uma carreira em ascensão era uma saída? Mas, ora… Alguém aguenta tanta hipocrisia?

É nojento como o mecanismo coercitivo do ativismo te faz ter medo. Não deveria ter mecanismo coercitivo, se pregamos o direito à liberdade de expressão, deixe-nos expressar quando quisermos.

A minha desistência durou pouco tempo, após duas semanas eu voltei, devagar, com poucas mudanças e muito entusiasmo. O ativismo deve passar por uma ressignificação, não sou estúpido para afirmar que não se deve haver ativismo e/ou militância, mas sou sincero o suficiente para dizer que o mesmo precisa ser reciclado.

Estética do ativismo

Pessoas estão presas à estética do ativismo… O que eu acho de ativistas ditatoriais? O que eu acho de médicos egocêntricos? Vejo os dois lados da mesma moeda. Unidos por um único motivo: segregar e em tom professoral, angariar uma manada de leigos para que possam pregar seu charlatanismo.

O autismo virou um mercado, eu concordo, mas essa frase não é minha, é de quem antes fazia sua disseminação, e hoje “construiu o próprio mercado do autismo”. Não há como desistir enquanto tentam calar pais e mães, atacar autistas que não seguem uma cartilha específica.

Se fala muito em cuidar, que bom que se fala em cuidar, mas pouco se fala em cuidar de quem cuida, eu não posso ser egoísta a ponto de me recusar a entender que mudar o cenário da comunidade do autismo no Brasil passa por uma reestruturação que envolve pais, mães, profissionais e autistas.

Ano de retrocessos

Acabou 2022, um ano cheio de retrocessos. Começou 2023, e eu estou salivando, mais do que nunca, para definir os rumos da catilogência. Devo lealdade à minha audiência e ao Portal Coletivamente, que abriu-me as portas para destilar meus ideais, devo lealdade aqueles que me mandam mensagens diariamente demonstrando carinho, amor e respeito. A estes, devo o mesmo.

O pragmatismo que eu e Willian Chimura idealizamos está apenas começando, e prevejo uma forte crescente para este ano, pelo menos são as métricas que meu perfil indica. Aqueles que não se adequarem às reais necessidades do povo irão ruir junto com seus ídolos fajutos. A época da idolatria encerrou-se, cortem a minha cabeça, mas cortem sabendo que irão nascer outras no lugar.

Para 2023 prevejo um “abalo sísmico”, que irá mudar os rumos da comunidade do autismo no Brasil, eu quero e vou construir essa história. Alinhado aos interesses reais de autistas, pais e mães, o ego jamais subirá à cabeça, pois para fazer ativismo, deve-se escutar a todos, e não somente ao grupo que pertence…

Diálogo, diálogo e mais diálogo. Viva o pragmatismo, o sol irá raiar novamente sobre a nossa cabeça, ainda há esperança naqueles que chegam e naqueles que ainda mantém sua postura inabalável!imensa fragilidade, sendo responsável diretamente pelo dano e representado o nexo de causalidade.

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