20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Metendo o nariz onde não fui chamado e dando meu pitaco sobre a mais recente treta no meio autista: tenho muito respeito pelos ativistas que levantam a bandeira do autismo como uma condição neurodiversa e não como uma “doença a ser curada”. Inclusive, comecei a minha trajetória no meio através da maior ONG defensora desta vertente e concordo plenamente que o autismo NÃO É UMA DOENÇA. Porém, chegar ao extremo de denunciar uma TERAPIA PROFISSIONAL COM EFICÁCIA CIENTIFICAMENTE COMPROVADA ao Ministério dos Direitos Humanos por “padronização” e “controle desproporcional sobre a vida alheia”, no lugar de denunciar apenas os terapeutas que descumprem os códigos de ética da profissão e prejudicam seus pacientes, é simplesmente um INSULTO (ainda mais vindo dos mesmos que condenam a influência de crenças religiosas nos tratamentos médicos).

Terapeutas de ABA não querem “domar” ou “adestrar” seus pacientes para transformá-los em robôs submissos ao “sistema capitalista predatório”, e sim trabalhar as suas limitações e dificuldades para que eles possam alcançar o seu pleno potencial, tal como o Soluço fez com o dragão Banguela (por sinal, um dos primeiros personagens com deficiência dos filmes de animação, um dragão que não conseguia voar sozinho por conta de uma deformação em sua cauda).

Se fosse aquele o caso, a prática já teria sido suspensa pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa há anos.
Compreendo e reconheço que realmente sempre houve a dívida histórica com as pessoas com deficiência, que assim como as mulheres sofreram e ainda sofrem com o machismo estrutural e os negros com o racismo estrutural, também passam e passaram pelo mesmo com o capacitismo estrutural (vide por exemplo os memes recentes comparando o CAPS aos hospícios do passado). Porém, como sempre me disse a mentora e “mãe” do Humor Azul, a @andreamonteirobismani, vamos evitar ser MANIQUEÍSTAS e parar de colocar os neurotípicos e doutores no “lado do mal”, e buscar o debate saudável fundamentado nas diversas realidades de cada indivíduo, no lugar das acusações acaloradas nutridas pelas injustiças cometidas conosco ao longo dos séculos.

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