Novamente, eu preciso falar sobre este assunto, mas para esclarecer algo que muitos ainda não entenderam. Eu odeio a fama. Sei que parece contraditório quando peço para me seguirem, mas eu faço isso por um motivo: eu sei o peso da responsabilidade que tenho, e dentro dos meus parâmetros de moralidade, trazer as pessoas até mim é uma forma de conscientização.
Hoje eu abro o Google e vejo minhas fotos, meu nome, homenagens e até mesmo uma página enciclopédica. Obrigado! Sério mesmo, obrigado! E eu endosso, não há problema algum em gostar de mim, vocês podem amar e adorar quem quiser. Mas não se esqueçam do foco principal: a causa autista. Eu sou apenas um sintoma da causa autista.
Eu sei que as pessoas são movidas por paixões, muitos me amam e outros me odeiam. Mas eu já fiz loucuras: como quando quebrei o protocolo em um evento sobre autismo e pulei a barreira para tirar fotos com mães atípicas que me chamavam para agradecer, dar pequenos presentes e pedir fotos. O mínimo que posso fazer é curvar-me perante essas pessoas e agradecer. De forma simbólica, eu digo, pois meu nome foi parar em alta por conta delas. Porém, eu sempre vou pedir: não há problema em me amar ou amar qualquer outra pessoa famosa, só que amem a causa autista acima de tudo.
Muitos dos meus seguidores reclamam do meu não comparecimento a eventos midiáticos. A realidade é que eu não sou de dar entrevistas, não sou de aparecer em grandes mídias e pouco concedo a palavra. Porque o meu intuito não é aparecer, é fazer ativismo. Eu sou apaixonado por isso. Há exceções, como no caso da Rede Globo por exemplo, há pessoas incríveis dentro da emissora, mas a Globo em si, eu criei asco e vejo oportunismo da emissora em diversas ocasiões. É um lugar que não me convida e não faço questão de pisar os pés. Agora se algum dia eu for chamado apenas para o autismo ser representado, nós podemos conversar.
Meu intuito com esse texto? Dizer para vocês: amem quem quiser. Mas amem muito mais a causa autista. É esse nosso foco, é isso que nós queremos. A causa é maior do que o Wallace de Lira, não há ativista nenhum maior que o nosso propósito.
