Autistas idosos existem, e continuam sem perspectiva de inclusão, de tratamento, de suporte e de adaptações. O transtorno do espectro autista (TEA) em idosos é um problema grave e pouco discutido no Brasil. Muitos profissionais da saúde ainda não consideram o autismo como hipótese diagnóstica em idosos, deixando uma parcela significativa dessa população sem a avaliação neuropsicológica adequada, sem diagnóstico e, portanto, deixando a ciência e as políticas públicas sem as estatísticas adequadas.
Para buscar soluções para essa realidade será realizada neste sábado, em São Paulo a 1ª Conferência TEA 60+. O evento acontece das 10h às 14h, na Câmara Municipal.
O encontro, gratuito, reunirá idosos com autismo, profissionais de saúde, pesquisadores e representantes do poder público para debater o apagão diagnóstico, a invisibilidade social e a falta de encaminhamentos adequados para esse grupo.
A conferência vem não só ampliar a presença pública dos idosos autistas, mas também mobilizar agentes de mudança pela atualização dos protocolos médicos e políticas públicas que reconheçam a importância do diagnóstico e do suporte correto em todas as idades.
Atualmente, muitos idosos autistas vivem isolados, sem suporte e sem acesso a adaptações essenciais para sua qualidade de vida. Idosos em situação de rua, dependentes químicos bem como outros segmentos vulneráveis da população alvo das políticas públicas de saúde mental seguem sem serem avaliados para transtornos do neurodesenvolvimento, e portanto sem os tratamentos específicos essenciais.
O evento é uma oportunidade para profissionais e sociedade civil se unirem em prol de mudanças concretas que garantam avaliação adequada e inclusão efetiva para essa população invisibilizada.