20/06 | 2 anos de Coletivamente

Compartilhe

Compartilhe

A palavra “Páscoa” tem uma imensa riqueza histórica. Se considerarmos o hebraico “Pessach” e influências cristãs, podemos compreendê-la como um período de libertação e de renovação espiritual que traz consigo uma reflexão sobre propósitos e significados. 

Para uma parcela significativa da humanidade, independentemente de religião ou credo, vivemos apenas uma etapa da vida na Terra. Uma passagem que além de uma dádiva, é um momento de provações, mas também um tempo de aprendizagens e crescimento preparatório para a vida eterna a partir das ações que realizamos neste plano. Assim, a morte não é um momento de dor, mas sim de celebrar a vida que foi vivida.

Sob essa égide, a notícia da passagem do Papa Francisco para uma vida eterna nos faz recordar do quanto sua voz foi erguida na contemporaneidade como um chamado em favor da inclusão a partir da diversidade.

Com declarações fortes, consistentes e distribuídas ao longo de momentos cruciais da sua vida, Papa Francisco se tornou uma liderança na importância do acolhimento.

Em uma reflexão do evangelho, o pontífice discorreu de forma clara e inconteste na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Amoris Laetitia “As pessoas com deficiência são uma riqueza para a Igreja. Elas nos ajudam a ver com outros olhos, a escutar com outros ouvidos e amar com o coração mais puro”.

Dessa forma, expôs ao mundo que a dignidade é inegociável e que a verdadeira igreja somente cumpre seu papel se puder ser de todos e para todos. Por isso em 2014, famílias e pessoas com autismo puderam encontrar conforto em suas palavras, mas também o chamado à ação e que se traduz nas palavras do Papa: “É necessário um empenho de todos para promover o acolhimento, o encontro, a solidariedade, em uma ação concreta de apoio, renovação e esperança”.

Um chamado que ecoa pelas diversas igrejas e comunidades de fé que agora, além de receptivas, têm um papel essencial na indução de práticas de inclusão social. Para além de tolerância é preciso uma pedagogia do encontro que nos ensine a aprender com a diferença.

Isso pode envolver a promoção de acessibilidade em espaços físicos e virtuais, a oferta de programas de apoio às famílias e as pessoas com deficiência, e a defesa de políticas públicas que garantam os direitos de todos de modo que se queremos um futuro inclusivo e um mundo mais justo ainda nesta terra é preciso que o compromisso seja diuturno. Grupos como “Autismo na Igreja” e “Raafa” voltadas para a inclusão são rochedos nesta seara.

Um trabalho contínuo e sensível, empático e dialogado, coordenado e gestado. Não haveria espaços mais bem preparados do que as igrejas para isso, considerando os ensinamentos bíblicos que nos remetem ao profeta Miquéias (6:8): “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?”.   Que Papa Franscisco siga sendo um farol de inclusão e que assim seja feita a Vossa vontade.

Veja também...

Com mais de 125 anos de história e reconhecida como o maior hospital do Brasil em número de internações totalmente pelo Sistema …

Encerramento com a cara da Neuropsicolux: brincar!Hoje nosso time celebrou avanços e conquistas das crianças no ambiente real de um bufê infantil, …

Nathalia Costa Rodrigues, de 26 anos, de São Carlos (SP), jamais imaginou que um gesto específico que sua filha fazia com frequência …

plugins premium WordPress