Hoje é dia de INCA.
Estar aqui é um misto de emoções. Há três anos, eu começava a minha luta. E hoje estou aqui por causa da minha reconstrução.
Essa reconstrução é muito além de uma reconstrução mamária.
Estou mais de dez quilos acima do peso, sinto dores pelo corpo, cansaço, disfunção executiva…
Hoje, depois do laudo de TEA, entendo o tanto que meu caso foi agravado e o quanto eu fui resiliente, forte e cuidada.
Em todos os dias que passei aqui dentro, sempre ouvi mais do que falei. Ouço até hoje, fico ouvindo as histórias das mulheres e o quanto são sozinhas, carentes de saúde, de atenção, de cuidado…
E mesmo sabendo o quanto é difícil para mim, é preciso reconhecer que sou muito privilegiada. E, mesmo com tantos efeitos colaterais pós tratamento, eu estou viva, me reinventando e buscando formas de acolher o próximo com as minhas vivências.
Transformar e ressignificar nossas dores, nossa existência e perceber o que temos a oferecer ao próximo é um exercício importante da responsabilidade social que cabe a cada um de nós promover.
O que você tem feito para termos uma sociedade melhor, mais inclusiva e com menos desigualdades?
Ou isso não diz respeito a você?