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Medo de liquidificador ligado pode ser um indicativo importante

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Seu bebê tem medo de liquidificador? Parece uma pergunta um tanto estranha, mas ouvi isso de um renomado neuropediatra de São Paulo, em março de 2009. O pior foi que eu respondi com um intrigadíssimo “sim”.

Eu estava numa consulta em que queria ouvir um “Seu filho não tem nada!” ou, ao menos, “Não há com que se preocupar”… Mas o que ouvi naquela tarde de 2009 era o que eu já esperava: “Seu filho tem algum comprometimento no neurodesenvolvimento. Não posso dizer com certeza ainda, mas pode ser autismo”.

Era só o começo da minha jornada no mundo do autismo. Até uma semana antes dessa consulta ao médico, eu não havia percebido os sinais do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) no meu Giovani, então com 1 ano e 11 meses. Afinal, eu nem sabia o que era essa condição de saúde, quanto mais seus sinais e sintomas.

Era tudo muito novo para mim, e questões que não teriam minha atenção, como: não olhar nos olhos, não brincar de faz-de-conta, ser preso a rotinas ou não procurar outras crianças, agora passaram a ficar não só evidentes, como preocupantes.

Francisco Paiva e o filho Giovani: a convivência ficou mais harmoniosa

Vida alterada

Esse era o panorama, lá no início da mudança de rumo que minha vida daria. Meu Giovani hoje está com 14 anos, cursando o nono ano numa escola regular. Muita terapia depois, muitos livros lidos, muito material adaptado na escola, muitos profissionais depois, ele caminhou dentro do espectro do autismo e foi de um cenário mais limitado (o que, à época, o neuropediatra disse poder ser um “autismo clássico”) a hoje um autismo com nível 1, de suporte, o que significa que ele consegue fazer a maioria das coisas com independência.

O que me chama a atenção agora é a adolescência. Outros sinais, outros sintomas. Aliás, difícil de separar o que é o Giovani, o que é a adolescência, o que é o autismo. Nem sei se há separação entre eles. O que tenho certeza é que o liquidificador não assusta mais meu filho, mas ele tem diversos desafios pela frente, sobretudo em questões sociais e de interação entre pessoas. Mas eu continuo aqui, firme e forte, como naquela tarde de 2009, ao lado dele.

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