Essa publicação está longe de ser algo estarrecedor, muito pelo contrário. Eu gosto de trazer a atenção de vocês através de memes ou charges, e é justamente o que vou fazer aqui. Mas hoje eu gostaria de trazer um questionamento… Há como dimensionar o amor de uma mãe?
Não há. Em todos os casos, para ser específico, sendo um filho típico ou atípico, uma mãe sempre irá amar o seu filho. Mas, especificamente, falando sobre a maternidade atípica, eu noto que há um padrão de preocupação redobrado.
E quando eu não estiver mais aqui, o que será do meu filho?
Talvez esse seja o maior questionamento de mães atípicas. A preocupação com o futuro, a autonomia de sua criança e o resultado das terapias. Eu sou autista, quem vê os meus vídeos rebatendo discursos capacitistas, mal pode imaginar que hoje, com 24 anos nas costas, começando a graduação em psicologia e vivendo a minha vida em constante evolução, minha mãe ainda me chame de “amorzinho”. No começo, eu ficava um pouco bravo, sou um adulto… Mas comecei a entender que esse amor que ela sente por mim é o mais puro e genuíno possível. Mães atípicas precisam ser vistas, ouvidas e também precisam de apoio. Talvez seja clichê, mas é cuidar de quem cuida também.
Hoje, quero dizer: a sociedade é hostil, se preocupem, sim. Preciso ser pragmático e responsável ao falar sobre autismo. Se as terapias não estão causando evolução ou estão sendo incômodas para a sua criança, não tenham medo da troca. Cuidem da saúde mental de vocês, cuidem da autonomia, do futuro e da qualidade de seus filhos. Enquanto nós, filhos, somos a base da vida de vocês, vocês são os nossos alicerces. Sempre abri o meu perfil para mães atípicas falarem e se manifestarem, porque um dia a minha mãe quis ser ouvida, ela quis se manifestar e desabafar. A preocupação e a voz de vocês são as maiores provas de amor que uma mãe pode ter por um filho autista.