Criatividade, rotina e cuidado que fazem diferença. Quando a gente fala em autismo, logo se pensa em terapias, escola, rotina… Mas eu aprendi, na prática, que a alimentação também faz toda a diferença. Meu filho, por
exemplo, passou por uma fase em que só aceitava alguns alimentos e isso foi deixando o corpo dele sem energia. Ele estava ficando com sobrepeso por conta da ansiedade, sem ânimo para se movimentar, mais irritado e cansado. Foi um alerta para mim.
Embora a suplementação não cure o autismo, certas vitaminas e minerais podem auxiliar no desenvolvimento e bem-estar da criança. Por isso, é recomendado consultar um médico ou nutricionista para avaliar a necessidade de suplementos e evitar o uso indiscriminado, e foi isso que fizemos. O nosso primeiro aprendizado foi entender que existem três vitaminas que devem ser observadas de imediato:
Magnésio: auxilia no comportamento social, reduz a agitação e as estereotipias, e ajuda no sono e na cognição;
Vitamina D: faz diferença no humor e até na disposição; é importante para a saúde óssea e o sistema imunológico;
Ômega 3: suplemento que auxilia no desenvolvimento cognitivo e mostrou resultados claros na concentração e na atenção dele — aqui é bom atentar para os frascos, pois quanto mais quantidade de EPA, melhor, já que é para a parte cerebral.
Não foi fácil no começo, porque mudamos a rotina alimentar de uma família inteira, e não somente do meu filho — isso exige paciência e criatividade. Precisei insistir, testar novas formas de preparar os alimentos e celebrar cada pequena conquista, afinal excluímos o açúcar, a farinha de trigo, a soja e o glúten, que também não é recomendado ao consumo.
Aos poucos, fomos percebendo o resultado: veio mais energia, mais movimento, mais qualidade de vida.
Hoje, após quase dois anos, o hábito alimentar mudou e temos a certeza de que a alimentação correta faz a diferença. É parte do cuidado integral com nossos filhos garantir que eles tenham acesso aos nutrientes certos, e não é só questão de saúde física, mas também de desenvolvimento, autonomia, relacionamento e até convivência no dia a dia.
Sei que o processo não termina nessa caminhada e que alimentar bem é um gesto de amor. É um caminho que vamos nos esforçando para melhorar, entendendo que cada esforço de cada dia faz a diferença.