20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Vocês já ouviram falar no conceito dos primeiros 1.000 dias de vida? É o período que vai do primeiro dia de gestação até os 2 anos de idade, considerado uma “fase de ouro” pelos especialistas. Pesquisadores afirmam que os fatos dessa fase podem ditar muito do que virá, desde o risco de desenvolver doenças até o comprometimento intelectual.

No conceito dos “mil dias”, considera-se que é no comecinho da vida que se pode influenciar o que será do resto dela. Afinal, é nesse período que cada célula do corpo está sendo formada e programada. O crescimento e o desenvolvimento, nesse período, são maiores do que durante toda a vida. Por isso, ele é considerado uma fase tão especial, que pode mudar radicalmente o destino da criança, não apenas em termos biológicos, mas também em questões intelectuais e sociais.

Nesse contexto, é muito importante os pais entenderem todos os processos essenciais para garantir qualidade de vida às crianças. Por exemplo, um dos exames que todo bebê precisa fazer é o Teste do Pezinho, para diagnosticar de forma precoce algumas doenças raras logo nos primeiros dias de vida, permitindo o tratamento imediato.  

Existem versões ampliadas do exame capazes de detectar uma lista muito maior de doenças. Além das seis do teste básico, no entanto, não estão disponíveis na rede pública de saúde para todos, apenas no Distrito Federal pelo SUS e na rede privada.

Até mesmo as primeiras decisões das mulheres na gestação têm a possibilidade de influenciar a saúde, as atividades físicas e as habilidades de aprendizado da criança. Na gravidez, quando a futura mamãe escolhe se alimentar de uma forma saudável, por exemplo, já está fazendo uma programação genética para a saúde do seu filho na vida adulta. Os estudos sugerem que a nutrição no período da gestação e nos primeiros 2 anos de vida pode determinar efeitos, a curto e a longo prazo, na saúde e no bem-estar da criança até a vida adulta.

Há teses dentro desses estudos que apontam que o autismo pode se desenvolver até os 2 anos de idade, uma vez
que estamos no processo de sinapses importantes entre o intestino e o cérebro, por conta de perdas significativas nessa fase. Quanto maior for o equilíbrio da microbiota, melhor será para o desenvolvimento. Além disso, a genética não é soberana na determinação do potencial de crescimento e desenvolvimento do indivíduo: cerca de 20% dos genes são influenciados por fatores hereditários. Enquanto a maior parte deles, até 80%, é influenciada por fatores ambientais como: medicamentos, estresse, exercícios e a nutrição.

Sabe-se que aquilo que a mulher come ou não come durante os 9 meses ajuda a determinar o paladar e o olfato do bebê, ele sente o sabor pelo líquido amniótico. A própria questão da seletividade alimentar tem base nesse processo. Então, uma alimentação adequada durante a gestação, associada ao aleitamento materno, à correta introdução da alimentação complementar e à manutenção de bons hábitos alimentares, são requisitos
básicos para o crescimento e desenvolvimento saudável.

Nutrição é fundamental

Os pesquisadores e cientistas estão cada vez mais seguros de que uma boa nutrição e o cuidado com a saúde nos primeiros 1.000 dias têm um papel protetor, que ajuda a garantir um futuro no qual as habilidades cognitivas, motoras e sociais estimularão a saúde e o potencial máximo do adulto.

Além da nutrição, no conceito dos “mil dias”, os pais têm papel decisivo na forma como a criança vai se desenvolver, pois eles são o primeiro ambiente do filho. Fora do útero, os primeiros 2 anos são considerados os mais significativos para o desenvolvimento do cérebro: metade do crescimento cerebral da vida inteira ocorre nesse período, quando a criança passa pelas maiores modificações cognitivas, adquire habilidades motoras mais amplas e tudo isso é mediado pelo ambiente. Ou seja, pelos cuidados (atenção, vínculo afetivo seguro, interação) e estímulos dos pais.

Quanto aos estímulos, eles promovem as ligações entre os neurônios, aumentando a capacidade de aprendizado e levando o cérebro a fazer novas conexões. Mas não significa que a criança vai ser alfabetizada aos 4 anos. Na verdade, o melhor é apostar na simplicidade: brincadeiras mais tradicionais que estimulem a imaginação e criatividade, como brincar de tinta, jogar bola, além de ajudá-la a dar os primeiros passos são maneiras de fazer com que isso aconteça.

Enfim, a ciência demonstra que o desenvolvimento na primeira infância é fortalecido pela existência de bons relacionamentos entre o adulto e a criança, elementos fundamentais nesse processo. Nada substitui um olho no olho! Além de bons hábitos no dia a dia.

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