20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Em uma das minhas publicações recentes a respeito de como mães atípicas são suscetíveis a um estresse enorme por conta de suas preocupações diárias, uma mãe comentou exatamente dessa forma:

“Eu passei 30 anos falando: eu não posso nem morrer. Ele se foi…”

Eu sou autista e isso me deixa desolado, eu mal posso imaginar a dor que essa mãe deve sentir. É triste perder alguém que você tanto ama e zela, mas este comentário me abriu a mente para o seguinte pensamento:

Autistas estão mais suscetíveis aos riscos da vida e cada vez mais fatalidades estão acontecendo!

Eu não sei se é o caso dessa mãe, não perguntei por motivos óbvios, é inconveniente. Mas cada vez mais notícias de óbitos em relação a pessoas autistas estão aparecendo. Isso me deixa completamente intrigado, pois os motivos são sempre os mesmos: afogamento, quedas, depressão.

Mães atípicas VIVEM em um estado de alerta constante, acredito inclusive que muitas desenvolvem comorbidades severas, como, por exemplo, transtorno de ansiedade generalizada. Vocês têm noção do que é viver assim? Eu sou autista, não sou mãe atípica, então não é meu local de fala, mas a situação é desesperadora e muitas vezes tenho vontade de chorar pensando no quão angustiante pode ser, especificamente para famílias atípicas em situação de vulnerabilidade.

Nós precisamos urgentemente de mobilizações para que o sistema olhe com mais carinho para autistas e famílias atípicas, para que proporcionem dignidade e qualidade de vida aos mais vulneráveis, para que se tenha rede de apoio e para que mães atípicas não fiquem 24 horas por dia pensando:

“O que vai ser do meu filho quando eu não estiver mais aqui?”

Esse pensamento é triste, não pode ser normalizado. Precisamos realmente que o sistema entenda que vivemos com uma deficiência não visível, mas não somos invisíveis. Sinto muito mesmo por essa mãe, eu não posso imaginar a dor, tenho certeza que foi uma boa mãe e que Deus a conforte sempre!

Você quer me ajudar a continuar veiculando informações? Siga @wallacedelira ou me siga aqui no Coletivamente para mais conteúdos e vídeos sobre autismo através da minha perspectiva de vida.

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