Um motorista de aplicativo foi denunciado à Uber após abandonar uma mãe com a filha autista de apenas 4 anos em plena BR-040, em Belo Horizonte, depois que a menina, que seguia para um hospital, passar mal e vomitar dentro do veículo. A empresa lamentou o caso e disse que está oferecendo suporte psicológico para a família.
A mãe da menina, uma enfermeira de 31 anos, contou em entrevista ao jornal “O Tempo” que o caso aconteceu na última terça-feira (4 de fevereiro), por volta das 11h. Ela conta que a filha estava passando mal e, por estar sem carro, chamou um aplicativo para levá-la ao hospital.
“Ela estava se queixando de dor de cabeça, mas, no meio do trajeto, começou a vomitar muito. Eu tinha umas peças de roupa dela e comecei a limpar, mas não teve jeito. De repente, esse motorista começou a gritar comigo e com ela, dizendo que entendia que era uma criança, mas que ele precisava trabalhar. Foi então que ele parou o carro e disse que era para a gente descer”, conta a mulher, que preferiu não ser identificada.
Enquanto o motorista gritava, a criança teria chegado a desmaiar dentro do veículo e, ainda assim, ela precisou descer do veículo em um ponto deserto da BR-040, na altura do bairro Califórnia, na região Noroeste de BH.
Sempre defendi trabalhadores, principalmente motoristas de aplicativos que passam um perrengue diário. Mas, neste caso, não há corporativismo que possa explicar uma atitude dessas. Não somente pela criança ser autista, mas por ser uma criança, duas mulheres abandonadas em uma rodovia. Entendo que ele tenha ficado com raiva porque precisava trabalhar, mas pegou a corrida sabendo que seria para um hospital e que a criança estava doente. Custava ao menos deixar num local seguro? Nunca vou entender isso, não consigo defender isso. E não é porque eu também sou autista, é questão de empatia 🙂