A paixão pela música foi um dos motivos que uniram, ainda mais, os amigos autistas Murilo (17 anos), Nilo (12), William (18) e Gustavo (20), todos vocalistas, além do baixista Caio (18), a guitarrista Andy (22) e Alê (17) no cajon. Desde o dia 18 de novembro de 2022, eles formam a banda Os Lanternas, acompanhados da tecladista e músicoterapeuta Renata e do baterista Marcos (21, que tem Síndrome de Williams), levando muita emoção, inclusão e companheirismo.
E por que esse nome?
– Porque a gente quer luz e quer dar luz – explica Gustavo.
No repertório, pelo menos nesse início, a banda se apresenta cantando músicas do grupo britânico Coldplay.
Toda terça-feira, os amigos e músicos se reúnem na ONG Naia (Núcleo de Arte e Inclusão do Autista), em Goiânia. Aliás, com exceção do baterista, Marcos, que nasceu em Rio Verde, todos os demais integrantes são da capital de Goiás.
E qual o maior prazer de fazer parte dos Lanternas?
– A gente adora se encontrar e se divertir – destaca Gustavo.
Um dos vocalistas, Murilo Leal, só foi formar frases aos 9 anos. Mas já cantava desde o primeiro ano de vida. Além do autismo, ele tem uma síndrome rara, chamada Bardet-Boedl, que faz perder a visão gradativamente.
Recado a autistas
Independente dos muitos desafios diários, os músicos autistas seguem emocionando a cada ensaio e apresentação, como em um pub de Goiânia, recentemente.
Para quem também é autista e curte música, Gustavo tem um recado:
– Se eles puderem se juntar para formar uma banda, façam isso, porque é muito legal. A gente se diverte e a música traz muitas alegrias.
E emoção, com toda certeza.