20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Os números impressionam. Entre Pequim, Londres, Rio, Tóquio e agora Paris são cinco paraolimpíadas consecutivas em que o Brasil figura no ranking dos dez países com recorde de medalhas conquistadas.

Nestas paraolimpíadas de Paris, o Brasil ficou em 5º lugar no quadro geral, conquistando 89 medalhas, sendo 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes

O resultado tem chamado a atenção de especialistas no campo de políticas públicas e de analistas da área esportiva sobre os motivos que possibilitam este destaque internacional.

A questão ganha ainda mais relevância quando consideramos os dados estatísticos de inclusão no Brasil que apontam o quanto a inclusão e acessibilidade precisam avançar no país.  Segundo dados do IBGE (2022), apenas 25,6% das pessoas com deficiência tinham concluído pelo menos o Ensino Médio, enquanto 57,3% das pessoas sem deficiência tinham esse nível de instrução. Já a taxa de participação na força de trabalho das pessoas sem deficiência foi de 66,4%, enquanto entre as pessoas com deficiência essa taxa era de apenas 29,2%. E, por fim, o rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas com deficiência foi de R$ 1.860, enquanto o rendimento das pessoas ocupadas sem deficiência era de R$ 2.690.

Neste contexto, a elaboração e o financiamento de políticas públicas ganham ainda mais destaque. No caso das paraolimpíadas, a criação do Comitê Paralímpico Brasileiro em 1994 e a manutenção do centro de treinamento oficial do CPB, localizado em São Paulo, e legado das Olimpíadas do Rio de 2016, possibilitaram o desenvolvimento de 17 modalidades paraolímpicas em um espaço de mais de 100 mil metros quadrados.

Ampliação de possibilidades

Em que pese o CPB receba 40% menos recursos do que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e muitos dos atletas paralímpicos possuam dificuldade em obter patrocínios e outras formas de financiamento, a aplicação cada vez mais extensa de leis que destinam recursos das loterias para o esporte, leis de Incentivo ao Esporte, que permite renúncia fiscal por parte de empresas e pessoas físicas para beneficiar projetos esportivos e do bolsa atleta e seus congêneres, amplias as possibilidades de suporte tanto na área federal mas também em estados e municípios.

Como resultado, o planejamento estratégico apresentado pelo CPB em 2017, e revisado em 2021, previa alcançar em 2024 entre 70 e 90 medalhas. E o Brasil ficaria entre as dez primeiras colocações, resultados superados em Paris.

Neste contexto, a preparação estratégica de atletas para concorrerem a mais de uma categoria dentro da mesma, conforme os descritivos do Comitê Internacional, possibilitam mais chances de disputa. E às medalhas, se somam a preparação física e psicológica que os atletas recebem.

Portanto, olhar para o paradesporto no Brasil e seus positivos impactos sociais são caminho necessários para possibilitar que potenciais e habilidades não sejam invisibilizados. Pelo contrário, possibilitem novas formas de combate ao capacitismo em favor de mais inclusão e acessibilidade sempre.

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