Eu tinha uma imensa dificuldade em me concentrar em sala de aula, porque tudo era mais interessante. Eu começava o cabeçalho e desenhava logo embaixo. Eu não dava conta de fazer a tarefa, não conseguia copiar de jeito nenhum. Eu não me sentia motivado, é uma coisa que não depende apenas do método do professor. O método dele pode ajudar? Pode. E se essa criança tem o que eu tive, que é a disgrafia?
O que me ajudou na função de copiar do quadro foi mudar de escola, fui para uma mais inclusiva. Sentava na frente e a professora conversava comigo durante toda a aula, me dava dicas. Tipo: ‘Yuri, você entendeu isso aqui?’. Ela puxava sempre minha atenção.
Tudo isso está muito ligado à neuroquímica, de níveis dopaminérgicos no cérebro. Ou seja, nossa motivação depende muito mais de fatores externos do que da pessoa neurotípica, o aluno neurotípico, ou seja, o padrão, também acha chato copiar do quadro, mas ele tem engaja maior por ter seus níveis de dopamina mais estabilizados.
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TDAH e a sala de aula
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Yuri Maia
Diagnosticado com TDAH aos 7 anos, fundador do Instituto TDAH Descomplicado, ativista político da causa, mentor de pais com TDAH, adultos, lutando pela inclusão.
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