As transformações, mudanças, buscas e inquietações sempre estiveram transparentes nos meus olhos, mas nunca foram tão profundas quanto nós últimos meses de terapia e autocuidado.
Descobertas que muitas vezes dilaceram nossas almas, mas são necessárias. Querendo ou não a dor a faz parte do processo, mas graças a Deus ela não é permanente 😉, nem a indignação ou a tristeza.
Um longo e novo processo se inicia, cheio de esperança, mas ainda silencioso, tímido, recolhido! O lado bom de tudo é que sou capaz de sentir a intensidade ou a tranquilidade de cada dia, pensar em novos projetos, sem descuidar de mim ou dos meus filhos.
Não são os cabelos curtos, o corpo sem treino, as linhas de expressões mais fortes denunciando meu tempo, que resumem as mudanças. É o coração mais leve e a falta de preocupação com o julgamento alheio que têm definido esse tempo.
São tempos em que fui egoísta e disse muitos nãos necessários para acolher minha saúde, minha maternidade, meu trabalho e, claro, a mulher resiliente e alegre que sempre existiu em mim.
No meu trabalho social, tive que aprender a filtrar ações e histórias. Nunca fui a melhor pessoa no acolhimento de outras mães, isso eu dividia com a minha partner Ana Lúcia (que era brilhante nisso, eu mesma fui acolhida por ela). Sempre fui mais pragmática e resolutiva, o que nunca anulou minha preocupação em minimizar a dor do outro. Nas urgências, eu buscava solução. Isso criou uma falsa imagem de “madre tereza” (contém ironia) no meio do qual ainda luto por dignidade. Mas eu luto de verdade, viu?! E é aqui fora das redes sociais, nunca foi sentada na cadeira atrás de um computador! Porém, esse caminho nos consome demais, e deixamos de nos priorizar, sem lembrar que precisamos cuidar de nós, antes de tudo.
Foi com muita terapia 🙏 que hoje, sem culpa, faço apenas o que posso fazer, sem ultrapassar os meus limites ou os limites da minha família (eu, Tom e Helena). Continuo fazendo pelo meu próximo, por famílias mais vulneráveis, e especialmente pela efetividade de políticas públicas. Porém, do meu jeito e sem holofotes aprendi que as coisas caminham melhor nos bastidores da vida!
Sigo fiel ao que aprendi e ao que acredito!