Durante a partida do último sábado, dia 4, contra o Bahia, pelo Campeonato Brasileiro, o Grêmio e a Arena colocaram em prática o Projeto Espectro Azul, uma iniciativa que transformou o camarote 52 da Arena em uma sala sensorial carinhosamente preparada para receber, com exclusividade, torcedores com transtorno do espectro autista e seus familiares. Naquela noite, oito crianças e seus acompanhantes foram recebidos no camarote na ação piloto, que contou com a presença também de profissionais especializados em autismo que destinaram total atenção aos torcedores. O presidente do Conselho Deliberativo do clube, Alexandre Bugin, esteve presente no camarote.
Além do início do projeto encabeçado no camarote 52, outras ações foram realizadas também em campo: o torcedor Miguel Estega da Rosa, de 8 anos, entrou no gramado acompanhando os jogadores gremistas que atuaram com o terceiro uniforme, a camisa preta, especial com o número sendo formado pelo quebra-cabeça colorido que simboliza a complexidade do TEA. O mesmo desenho foi utilizado na braçadeira do capitão Suárez e nas bandeirinhas de escanteio.
O evento piloto realizado sábado foi um verdadeiro sucesso e o clube, junto da Arena, segue aperfeiçoando suas ações para, cada vez mais, receber as crianças autistas e seus familiares. A sala sensorial seguirá sendo disponibilizada em todos os jogos na Arena.
O Projeto, abraçado pelo Grêmio, surgiu com a criação da torcida Gremistas no Espectro, idealizada pela família da pequena Lorena Alonso Pires, torcedora com autismo, unindo o amor ao clube e a luta pela inclusão.
O vice-presidente do Conselho de Administração do Grêmio, Dr. Gustavo Bolognesi, esteve presente no camarote e falou sobre a iniciativa. “Estou muito feliz. Esta é nossa primeira experiência de uma jornada maravilhosa que o Grêmio está começando. Estou muito orgulhoso em fazer parte de uma gestão que valoriza um projeto de inclusão e agora é partirmos para os próximos passos”, destacou.
Para o presidente da Arena do Grêmio, Mauro Araújo, o camarote 52 se soma às ações de acessibilidade já promovidas pela casa do tricolor. “É nosso dever coletivo garantir que esses projetos sejam prioridade em todas as áreas da vida. A inclusão é um princípio fundamental que garante a igualdade de oportunidades para todas as pessoas, independentemente de suas limitações físicas, sensoriais, cognitivas ou culturais”, destacou.
Agradecimento de mãe
A torcedora Nairane Estega é mãe de Miguel, de 8 anos. Emocionada, ela agradeceu a oportunidade de poder concretizar um desejo do filho. “Hoje, realizo um sonho do Miguel, o qual eu pensei que não conseguiria conquistar por conta do barulho. Me faltam palavras para agradecer, porque esse momento é muito importante para ele e para nós, pais”.
O projeto foi braçado pelo grupo multidisciplinar Clube de Todos e pelo Conselho de Administração na figura do vice-presidente Gustavo Bolognesi. A transformação do camarote num espaço exclusivo para torcedores com transtorno do espectro autista só foi possível com a colaboração de parceiros que também compraram a ideia. A sala sensorial foi projetada pela arquiteta Juliana Moura, junto com a terapeuta ocupacional Márcia Lemes, proprietária da Voe Terapia, e foi executada pela empresa Allgayer Engenharia, que se fez presente com os engenheiros Maurício Allgayer e Thiago Rathke. O projeto também conta com a consultoria da psiquiatra Ana Soledade Martins, uma das principais especialistas em autismo no Rio Grande do Sul.
FONTE: https://gremio.net/noticias/detalhes/27006/noite-de-gremio-e-bahia-inicia-projeto-espectro-azul-