20/06 | 2 anos de Coletivamente

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ABA e o tratamento intensivo

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Quero compartilhar com vocês, leitores, neste primeiro artigo de uma série de cinco que publicarei aqui, sempre às segundas-feiras, uma dúvida que é bem recorrente entre os pais de crianças com TEA ou atrasos significativos no desenvolvimento. Ela está relacionada à quantidade de horas no tratamento em ABA, o que gera muitas dúvidas, como: Quem define essa carga horária?  E se meu filho ficar cansado? Por que tem que ser tantas horas?

Estas e outras dúvidas relacionadas a este assunto serão respondidas através desta série de artigos que me proponho a elaborar para vocês. Vamos então conversar mais sobre INTENSIDADE E ABA?

Quando uma criança recebe um diagnóstico ou os pais observam atrasos, logo elas são encaminhadas para o tratamento, ou seja, muitas crianças com TEA têm prescrição para iniciarem a terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada, ou simplesmente ABA, como conhecemos).

Esta é uma terapia que é reconhecida mundialmente devido a sua eficácia, mas, por que ela precisa ser intensiva? Será que são mesmo necessárias tantas horas de intervenção por semana?
A resposta é SIM, e há um motivo importante para isso e a intensidade na ABA faz toda a diferença no sucesso da intervenção, impactando positivamente o futuro da criança.

O que significa carga horária intensiva?

Quando nós dizemos que uma criança precisa de uma carga horária intensiva de tratamento, estamos nos referindo a uma média de 20 a 40 horas semanais de intervenção a depender da criança assistida. E você sabia que estas horas não acontecem somente em um ambiente? Pois é, muitas pessoas acham que a terapia acontece somente no consultório e a criança permanece trancada ali sem tempo livre e não é assim que acontece, ou melhor, não deveria ser. 

Quando nos referimos a um tratamento abrangente com carga horária intensiva estamos falando de uma intervenção que acontece em vários ambientes diferentes, como na casa da criança, na escola, em parques, consultórios médicos, ou seja, onde a criança necessitar de suporte e auxilio para aprender habilidades iremos atuar.

Mas, é importante ressaltar que as atividades e os objetivos devem ser planejados, claros, bem delineados, deve haver coleta constante de dados e acompanhamento e ajustes de estratégias realizadas por um profissional analista do comportamento devidamente qualificado independente do ambiente onde a intervenção aconteça.

O nosso cérebro aprende com repetição, consistência e reforço e é isso que a ABA proporciona, o ensino de novos repertórios comportamentais, maior eficácia na intervenção iniciada o mais precoce possível. Porém, a qualidade da terapia é tão importante quanto a quantidade (falaremos deste tema em um próximo artigo).

Quem define a quantidade de horas?

Para que esta definição ocorra, é necessário que o aprendiz passe por uma avaliação do desenvolvimento que vai envolver aplicação de protocolos validados, observação e análise sistemática do repertório da criança e de seus déficits, se existem comportamentos-problema e barreiras que precisam ser diminuídos.

Esta avaliação  deve ser conduzida por um profissional devidamente qualificado, para que ele, ao finalizar a coleta e o mapeamento em relação ao desenvolvimento global do aprendiz, faça a solicitação da carga horária necessária para intervenção.

Não existe uma formula única e pronta para esta definição, mas é importante seguir estas diretrizes que apontam o que é necessário observar para que esta prescrição seja adequada as necessidades de cada sujeito em particular.

Não são horas demais para a intervenção?

Esta é um dos questionamentos que muitas pessoas fazem em relação à ABA, e este ponto está bem associado a como a terapia é aplicada. Pois, se a criança está cansando, está chorando demais e não quer ir para a terapia são pontos que precisam ser analisados, já que a terapia deve priorizar o bem estar do aprendiz, SEMPRE!

Ela deve ser direcionada e aplicada de maneira que o aprendiz esteja feliz, relaxado e motivado (HRE- Happy, Relaxed and Engaged- Greg Hanley), brincando e aprendendo ao mesmo tempo. E uma boa equipe ABA planeja atividades variadas, lúdicas, naturais, respeitando o ritmo da criança e promovendo momentos de aprendizagem, envolvendo motivação e apresentação de reforçadores.

O importante é que as horas sejam significativas, não somente preenchidas. Por isso, quando a terapia for conduzida precisa ser de uma forma em que a criança sinta prazer em estar junto ao terapeuta, tenha prazer em aprender e não o contrário.

Se tiver dúvidas, fale com um analista do comportamento de sua confiança, pois ABA não é apenas uma terapia é uma ciência com comprovação de eficácia, baseada em evidências que pode transformar a vida de muitas crianças e suas famílias!

Continue acompanhando meu conteúdo aqui que na segunda-feira que vem falaremos mais sobre este assunto.

Até o próximo artigo, abraços inclusivos.

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