Chorar não é problema. O que não dá é querer trabalhar com autismo e não sustentar o choro.
A criança chora porque não consegue, porque se frustra, porque o corpo não acompanha, porque a tentativa vira desorganização.
E tudo isso faz parte.
Faz parte do processo.
Faz parte do nosso trabalho.
Precisa reconhecer o comportamento, parar e reorganizar, acolher, começar de novo e principalmente conquistar a criança.
Não dá para dizer que trabalha com desenvolvimento motor e ter pavor do desconforto. A gente precisa ficar.
Ficar enquanto ela tenta.
Ficar enquanto ela desorganiza.
Ficar enquanto ela aprende a fazer o que ninguém ensinou.
E sim, isso exige margem emocional. Porque quem precisa de silêncio absoluto para se sentir bom profissional,
não está pronto para esse lugar.
Então se você não aguenta o choro, tudo bem. Mas seja honesto com você. Porque essas crianças já têm adultos demais desistindo delas disfarçados de cuidadosos.