Nem sempre os sinais do autismo se manifestam da forma como a maioria imagina — especialmente quando falamos de meninas.
Por apresentarem comportamentos “mais sutis”, com maior capacidade de adaptação, imitação social e respostas aparentemente eficientes às interações e à linguagem, muitas meninas autistas acabam passando despercebidas na infância.
Os sinais muitas vezes ficam ocultos por uma boa memória social, fala desenvolvida, desejo intenso de pertencer, pela tentativa constante de copiar comportamentos das pessoas ao redor.
Sinais menos reconhecidos podem estar presentes, como:
Repetições discretas no brincar, mesmo quando há jogo simbólico. A criança brinca de faz de conta, cria histórias, mas com roteiros muito fixos, repetindo sempre as mesmas sequências, falas ou cenários, com pouca flexibilidade para mudanças;
Necessidade de controle, querendo definir as regras da brincadeira, como ela deve acontecer, quem faz o quê e de que forma;
Dificuldade em alternar de assunto ou de atividade, especialmente quando não se trata de algo que está dentro dos seus interesses específicos.
São características que, muitas vezes, passam despercebidas — especialmente quando a criança aparenta estar bem, interagindo, sorrindo e participando das atividades.
São comuns também excessos comportamentais, que podem se apresentar em comportamentos como: fala acelerada, busca intensa por interação, contato físico além do esperado (abraços, toques, aproximação excessiva) e dificuldade em perceber sinais sociais de limite. Esses dificilmente são interpretados como características do autismo. Muitas vezes são interpretados como traços de personalidade expansiva, ansiedade ou agitação.
Esses são exemplos de sinais que merecem atenção e devem ser investigados por profissionais especializados, para que essas meninas possam receber mais precocemente diagnóstico e suporte adequados.