20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Não existe autismo leve

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Quando li essa frase do artista David Downes eu automaticamente pensei em mim.

Nós, autistas nível 1 de suporte, altas habilidades, superdotação e super “funcional” conseguimos fazer tudo, porém, não conseguimos manter quase nada.

Então é claramente e óbvio que não existe o termo LEVE pra ninguém.

Quando a frase citada fala que a minha condição me deu visibilidade, condições de pagar meus boletos e viver sozinho fazendo tudo que eu faço sem depender de ninguém vem também a outra questão: eu consigo tudo mas também não consigo nada.

Nós ficaremos velhos, ficaremos idosos, precisaremos de ajuda como todos os avós e avôs e aí que está.

Muitos de nós não consegue manter amigos, amores, famílias, casamento e socialmente somos o caos.

Se não conseguimos nos manter em um relacionamento, não teremos filhos, afastamos todos e ficaremos sozinhos.

Esse pensamento traz uma angústia de como será o futuro de uma pessoa autista, idosa e sozinha.

No meu caso, não tenho pai, se minha mãe morrer terei minha irmã, porém, ela tem a família dela e ficará idosa também e as filhas delas tomarão conta dela. (É só um exemplo pra pensarmos).

Nós, autistas nível 1, que a sociedade acha que nossa condição é LEVE, não teremos suporte da sociedade para esse AUTISTA LEVE sobreviver à falta de dinheiro, à solidão, à saúde debilitada, comorbidades, abandono por conta de não conseguir “conquistar” um círculo social que a mantém de pé… Tudo porque somos MUITO NORMAIS PARA SER AUTISTAS E MUITO DIFERENTES PARA SER NORMAIS.

Então temos que educar a sociedade, os políticos, os vizinhos, os amores e todos que convivem ou não com pessoas autistas.

Criticar é fácil, mas amar o próximo é difícil!

Vamos pensar! 

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