O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica que afeta crianças, adolescentes e adultos, comprometendo a concentração, o controle da impulsividade e, em alguns casos, gerando hiperatividade. Apesar de bastante discutido nas redes sociais, especialistas alertam para o risco de confundir sintomas pontuais com o transtorno, o que tem levado muitas pessoas a recorrer ao autodiagnóstico.
Segundo os neurologistas Rubens Wajnsztejn, diretor da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), e Marco Arruda, diretor do Instituto Glia e coautor do livro “Neurodesenvolvimento e seus Transtornos”, o diagnóstico deve sempre ser clínico, criterioso e feito por médicos. Eles lembram que os sintomas precisam estar presentes desde a infância, em diferentes contextos da vida do paciente, e trazer prejuízos reais para a rotina.
“As pessoas não podem se autointitular com um diagnóstico a partir de informações das redes sociais. Nem toda criança desatenta tem TDAH; é fundamental uma avaliação médica criteriosa para evitar erros e tratamentos inadequados”, diz Rubens Wajnsztejn.
O tratamento, de acordo com os especialistas, é considerado altamente eficaz quando envolve uma abordagem multimodal, que combina medicamentos, terapia cognitivo-comportamental e suporte familiar e escolar. Embora não exista consenso sobre a cura definitiva, há evidências de que parte dos pacientes pode deixar de apresentar os critérios diagnósticos ao longo da vida, principalmente quando tratados adequadamente.
“O tratamento do TDAH é um dos mais eficazes em neuropsiquiatria. Quando corretamente diagnosticado, o uso de medicação e terapias baseadas em evidências muda a trajetória de vida do paciente, inclusive na fase adulta’, diz Marco Arruda”.
FONTE: https://cbn.globo.com/programas/revista-cbn/entrevista/2025/08/17/tdah-especialistas-alertam-para-riscos-do-autodiagnostico-e-destacam-eficacia-do-tratamento.ghtml