Para muitas mulheres autistas no nível 1 de suporte, essa é uma pergunta frequente — vinda de outras pessoas ou até de si mesmas: “Por que você está tão cansada”.
O cansaço parece não ter explicação e, para quem observa de fora, pode soar como “exagero”.
No contexto do transtorno do espectro autista (TEA), essa exaustão pode ser fruto de diversos fatores, como aspectos sensoriais, cognitivos, sociais e emocionais. Muitas vezes, ela surge após situações que, para outras pessoas, seriam simples ou até prazerosas:
* Um dia inteiro de trabalho em ambiente barulhento e cheio de interações sociais;
* Uma reunião em que é preciso prestar atenção em detalhes não vocais, controlar expressões e respostas;
* Conhecer novas pessoas ou lidar com situações inéditas;
* Estar em um ambiente com música alta, conversas paralelas ou muita informação visual;
* As demandas do dia a dia, como cumprir prazos de trabalho, realizar tarefas domésticas ou até cuidar de si mesma.
Cada esforço de adaptação consome energia mental e emocional significativa. A exaustão pode resultar da soma de diversos tipos de sobrecargas – e, em alguns casos, ser agravada pela pressão social que recai, sobretudo, sobre mulheres, para que “deem conta de tudo”, em todos os papéis.
Ao final, corpo e mente pedem um descanso que nem sempre a rotina permite.
Antes do diagnóstico, esse desgaste parece inexplicável, podendo levar muitas mulheres a se culparem por “não acompanhar o ritmo” dos outros.
O diagnóstico, nesse contexto, costuma ser libertador: dá nome à experiência, valida e abre caminhos para estratégias de cuidado e suporte.
Essa pergunta é familiar para você?