20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Estudo revela aumento de 787%

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Um estudo da University of Exeter, no Reino Unido, identificou um aumento de 787% nos diagnósticos de autismo, sobretudo entre adultos, entre 1998 e 2018. No Brasil, cerca de dois milhões de pessoas se declaram no espectro, enquanto o Censo Escolar do MEC registrou alta de 44,4% nos casos.

A psiquiatra Juliana Belo Diniz, especialista em pesquisa clínica pela Universidade de Harvard, explicou que o fenômeno não representa, necessariamente, um crescimento real.

“O que está acontecendo não é um crescimento real nessa proporção, mas sim uma mudança na concepção do autismo e na atenção ao diagnóstico. Classificamos mais pessoas como autistas do que antes”, disse em entrevista à rádio Jangadeiro BandNews 101.7.

Ela destacou que, embora possa haver um aumento real, ele é “certamente muito menor do que os 700% indicam”.

Segundo a médica, movimentos da sociedade civil ajudaram a ampliar a noção de espectro autista, o que impactou a forma como a condição é compreendida pela psiquiatria e pela neurologia.

“Essa popularização do conceito expandido faz com que muitas pessoas se identifiquem com o diagnóstico, mas não seriam classificadas clinicamente como autistas. Isso pode levar à banalização do diagnóstico e prejudicar reivindicações de quem tem quadros graves”, afirmou.

Juliana também alertou que sintomas leves, como ansiedade social e dificuldades de atenção ligadas ao estresse da rotina, vêm sendo enquadrados como autismo ou TDAH.

“É preciso cuidado para não colocar no mesmo grupo pessoas com quadros graves e leves, pois isso prejudica a luta por direitos das famílias mais afetadas”, reforçou.

A especialista lembrou que apenas psiquiatras e neurologistas têm prerrogativa legal para diagnosticar autismo, enquanto psicólogos podem atuar no acompanhamento. Ela ainda criticou diagnósticos superficiais e online:

“Um diagnóstico sério exige entrevista longa, revisão de histórico acadêmico, conversas com familiares e avaliação ampla. Se for dado em dez minutos, dificilmente é confiável”, concluiu.

FONTE: https://www.terra.com.br/noticias/autismo-estudo-aponta-o-crescimento-de-787-nos-diagnosticos-no-mundo,88c9acf0ed275f044800930c83e992f7t6ez5uck.html

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