Quando falamos em autismo, existem muitos aspectos a serem explicados, sobretudo pormenores que se tornam implícitos, porém que ocorrem o tempo todo. Um exemplo claro disto é a questão de identificar e entender sobre o autismo e não aceitar o transtorno em um filho ou filha.
É compreensível que, muitas vezes, durante o período de gestação e até mesmo antes disso, cria-se uma expectativa de como a criança será, e planos são realizados e idealizados em torno de todo o desenvolvimento que virá.
No entanto, algumas vezes, essa expectativa é rompida quando a criança, enfim, nasce e apresenta algum déficit no seu desenvolvimento. Muitos pais até identificam um comportamento e um desenvolvimento atípico, porém afirmam para si mesmos que tudo está dentro da “normalidade” que a criança é só “tímida” ou “mais infantil”. Inclusive o conceito de normalidade é algo pejorativo e que atrapalha os pais a buscarem ajuda.
Na realidade, não devemos falar em normalidade e, sim, em padrões típicos de desenvolvimento (que será detalhado em outro momento para os leitores deste texto), para, então, pensar em tratamentos adequados caso seja realmente necessário.
A grande questão é: muito mais que identificar, é aceitar. A aceitação, muitas vezes, é dolorosa por romper com as expectativa dos pais, sobretudo pelo fato de enfrentar as críticas e a falta de conhecimento da maioria das pessoas que compõem a sociedade pós moderna. No entanto, não aceitar é negligenciar e não fornecer condições adequadas para o real desenvolvimento da criança.
Em suma esse processo entre identificar e aceitar é um longo caminho percorrido, sem dúvida, repleto de lutas e conquistas. Porém, é de grande valia e transformação.