20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Aceitação e maturidade

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Um dos maiores defensores da causa autista no Brasil, o apresentador Marcos Mion costuma se declarar a Romeo aos seus milhões de seguidores nas redes sociais. Como se sabe, trata-se do filho autista do artista de mil facetas.

Abaixo, o mais recente texto de Mion sobre Romeo:

Aceitação requer maturidade.

Por mais difícil que seja para muitos é a ÚNICA forma de seguir adiante sendo verdadeiramente feliz depois que a adversidade nos dá uma pedrada na cabeça.

Com todo respeito a todo sofrimento que a maioria das famílias passam ao receber o diagnóstico de autismo, eu preciso falar que existe o sentimento oposto! Até como inspiração. É verdade, eu nunca sofri um minuto sequer pelo diagnóstico do meu filho Romeo.

Entendi imediatamente o que Deus tinha separado pra mim. Não é que joguei fora todos os sonhos e expectativas que tinha para meu filho, mas em um estalar de dedos era como se eles nunca tivessem existido!

Adversidade não constrói caráter, apenas revela o que já estava lá.

Entendi perfeitamente que minha vida tinha mudado, que não tinha volta, que me apegar a sonhos e planos do que “era pra ser” só ia me fazer mal, deprimir e trazer muito sofrimento.

A aceitação me fez saber imediatamente que ia segurar na mão do meu filho e íamos escrever nossa história juntos. Íamos entrar nesse novo mundo, o mundo dele, juntos. Com uma garantia: nunca soltaríamos as mãos. Não existia mais a “minha história”, agora era a nossa: Romeo, Suzana e eu.

Não é fácil aceitar que você não é dono do seu destino. Que você é responsável apenas por atitudes e decisões que toma ao longo do caminho, mas no que o futuro lhe guarda você é um fantoche.

O famoso “fantoche do destino” que Shakespeare escreveu para Romeo, na peça Romeo e Julieta, quando o menino acredita que está sendo castigado demais pela “sorte” … pelo destino. Mas não somos todos?

Por que a tragédia vem sem aviso? Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas? Os gregos acreditavam que os Deuses brincavam com a gente quando estavam entediados, como peças num tabuleiro. Hoje existem muitas vertentes e filosofias sobre esses questionamentos. Mas fato é que não controlamos o que acontece em nossas vidas, mas controlamos o que fazemos em relação ao que acontece na nossa vida.

Eu sempre busco aceitar. E depois Aprender, Adaptar, Avançar e Agradecer. A minha teoria dos “5 As”.
O vídeo de hoje fala sobre o primeiro A: Aceitação. Que é o primeiro passo para a felicidade.

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No vídeo abaixo, bem humorado, toco em pontos que comumente as pessoas confundem quando tratamos de autismo. Espero que gostem.

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