“Demarcar” o espectro autista não é uma tarefa simples, e vai muito além de enxergamos três níveis.
Observações importantes:
1 – A tabela de combinações teoricamente possíveis a partir da proposta do DSM foi elaborada para ilustrar didaticamente que os “níveis” se referem aos domínios avaliados. Não diz respeito ao quão provável, “na prática”, são essas combinações. Além disso, é importante ressaltar que o manual lista outros especificadores além dos de gravidade.
2 – A tabela do CID-11 foi elaborada para fins didáticos a partir da descrição disponível em inglês no site oficial da Organização Mundial de Saúde (OMS), seção “Autism spectrum disorder”. Existem também outros especificadores que não foram incluídos na tabela, como o 6A02.Y e 6A02.Z. Em versões anteriores, existia o especificador 6A02.4, que não consta mais na versão atual. Sempre recomendo que consultem o CID na íntegra.
3 – O DSM-V também reconhece que a severidade pode variar de acordo com contexto e ao longo do tempo, podendo até flutuar para abaixo do nível 1 (mas essa ainda é uma discussão muito delicada).
4 – Ainda que um laudo seja redigido estritamente conforme a orientação do DSM, os especificadores não serão suficientemente descritivos para decisões clínicas. É imprescindível que profissionais utilizem instrumentos avaliativos cientificamente validados (além, claro, de sua expertise) para delinear um plano de intervenção individualizado junto aos valores do indivíduo.