20/06 | 2 anos de Coletivamente

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Método internacional

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Cada vez mais comum, o TEA afeta uma em cada 36 crianças, como mostra a análise do Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos. As mais de 70 milhões de pessoas diagnosticadas com autismo ao redor do globo, segundo dados da ONU, enfrentam desafios cognitivos, de comunicação e de interação social, exibindo padrões repetitivos e resistência a mudanças na rotina. 

No entanto, esse é apenas o panorama geral. Como cada uma das nuances do espectro tem suas particularidades, identificar precocemente a condição neurológica é fundamental para lidar com as repercussões mais frequentes e entender os diferentes níveis de suporte necessários.

Dificuldades no diagnóstico do TEA

O diagnóstico precoce, aliás, é fundamental para o desenvolvimento de habilidades e a conquista de uma vida plena. A intervenção multidisciplinar, com profissionais como psicólogos, pedagogos e terapeutas ocupacionais, é fundamental para o progresso individual. 

“Às vezes há preconceito de não querer procurar diagnóstico, a menos que seja algo extremamente grave, ainda há muito estigma envolvido. A dificuldade de acesso a exames como avaliação neuropsicológica e acompanhamento multidisciplinar também acaba atrapalhando”, comenta o neuropediatra Dr. André Vanzan, da Segmedic.

Geralmente, o diagnóstico ocorre na infância, mas em alguns casos a confirmação pode ser tardia, isto é, já na fase adulta, aponta o médico. 

As principais características de uma pessoa com o transtorno podem incluir:

Dificuldades na comunicação e sociabilidade;
Padrões de comportamento repetitivos;
Sensibilidade sensorial, podendo ser hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais;
Dificuldades na compreensão e na expressão de linguagem verbal e não-verbal.

Tratamento do autismo

Existem várias opções de tratamento para pessoas com TEA. Algumas opções são intervenção comportamental, terapia ocupacional e fisioterapia, intervenção educacional, terapia de fala e linguagem e tratamento médico, diz o Dr. André. 

“É importante que o tratamento seja personalizado de acordo com as necessidades individuais da pessoa e que envolva uma equipe multidisciplinar de profissionais incluindo psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, médicos e educadores.”, explica a psiquiatra Beatriz Cavalcante, também da rede Segmedic.

ABA: uma forma de tratar o TEA

Mais conhecida como ABA, a Análise do Comportamento Aplicada tem ganhado espaço como o único tratamento que possui evidência científica suficiente para ser considerado eficaz, segundo a Associação para a Ciência do Tratamento do Autismo dos Estados Unidos. 

Ao focar no impacto da condição autista em situações reais, essa abordagem amplia comportamentos desejáveis e úteis, enquanto reduz aqueles prejudiciais ao processo de aprendizagem. 

“Desde intervenções precoces até o acompanhamento ao longo da vida, a terapia ajuda autistas a se conectarem com o mundo ao seu redor, enquanto descobrem sua própria voz e identidade”, explica Natalie Brito Araripe, psicóloga e diretora e analista do comportamento na Luna ABA.

A ABA é uma intervenção abrangente e considera as pessoas como um todo. “Ensinamos habilidades necessárias para que os indivíduos com autismo se tornem independentes e tenham a melhor qualidade de vida possível”, esclarece Natalie. 

Segundo a psicóloga, consiste em um plano terapêutico personalizado, com base em marcos globais do desenvolvimento, com a preocupação de se adaptar às necessidades específicas de cada indivíduo com autismo. 

“Estamos diante de vidas reais, de sonhos que anseiam por serem realizados e da busca incessante por um futuro mais inclusivo. Mas nada disso se tornará realidade sem um bom analista do comportamento aplicado, que saiba combinar expertise teórica e experiência prática com um genuíno compromisso com o bem-estar”, complementa. 

Jornada pela inclusão
É possível mudar a rota de desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida de pessoas com TEA? De acordo com a analista de comportamento, a resposta para essa pergunta é sim. 

“Cada indivíduo é único e responde de maneira diferente às intervenções. Mas quando se entende as causas dos comportamentos e se desenvolvem intervenções personalizadas, os resultados são certeiros”, pontua a diretora da Luna ABA. 

Para pessoas com autismo, os treinos estruturados especialmente para suas necessidades fazem toda a diferença e dão a oportunidade de se tornarem mais autônomos ao aprenderem a cozinhar, lavar roupa e até mesmo caminhar na rua. 

No quebra-cabeça do Transtorno do Espectro Autista, a jornada pela inclusão ganha cores vibrantes e histórias com finais felizes. São crianças que aprendem a se comunicar, adolescentes que conquistam novas habilidades sociais e adultos que encontram seu lugar no mundo. 

É o que reforça Natalie Brito Araripe, que vê a análise do comportamento aplicada como um curso para a vida, em que cada dificuldade é uma oportunidade de crescimento. “Precisamos acolher as diferenças e acreditar que com elas virão novas formas de pensar e novas possibilidades de ser”, finaliza.

Fonte: Terra (https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/aba-conheca-metodo-internacional-de-tratar-o-autismo,391bdfc7cede8168808ee0044f0874d12cdy8xn5.html?utm_source=clipboard)

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