Escrever é mais do que um trabalho para mim; é uma paixão que dá sentido à minha vida. Desde pequeno, sempre gostei de me comunicar e contar histórias. Me lembro dos primeiros rabiscos que fiz, sem imaginar que um dia escreveria seis livros e ilustraria mais de 50 obras infantis.

Cada palavra que escrevo é uma parte de quem sou. A escrita me ajudou a entender melhor a mim mesmo, especialmente depois que descobri que sou autista, em 2018. Essa descoberta mudou a minha vida. Saber que minhas peculiaridades tinham um nome e que eu podia compartilhar isso com o mundo me deu uma nova perspectiva.

Criar a personagem DoroTEA, a peixinha autista, foi uma maneira de expressar as minhas próprias experiências e ensinar as pessoas sobre o autismo de uma forma divertida e acessível. Ver crianças e adultos se conectarem com a DoroTEA, entendendo e respeitando as diferenças, é uma das maiores alegrias que já tive como escritor.

Além disso, a escrita me permitiu fazer conexões valiosas com outras pessoas. As palestras, workshops e sessões de contação de histórias que faço em escolas e associações são momentos de compartilhar minha jornada e ouvir as histórias dos outros. Essas interações são muito importantes para mim e mostram o valor da empatia e da inclusão.

Escrever também é uma forma de lutar por um mundo mais justo. Cada texto e ilustração que faço ajuda a desmistificar preconceitos e promover a aceitação. Saber que minhas histórias podem inspirar, educar e transformar vidas é uma sensação incrível.

No fim das contas, escrever é a base da minha vida. Isso me deu uma voz, um propósito e uma missão. Através das palavras, posso compartilhar meus pensamentos, minhas vivências e, acima de tudo, ajudar a criar um mundo mais inclusivo e compreensivo.