20/06 | 2 anos de Coletivamente

Compartilhe

Pesquisa com exame de fezes

Compartilhe

Um grupo de pesquisadores renovou as esperanças de um teste simples e barato para o autismo após descobrirem diferenças consideráveis entre os micróbios encontrados nos intestinos de pessoas autistas e daquelas que não possuem o transtorno.

A descoberta aponta que um teste de rotina de fezes pode ajudar os médicos a identificar o autismo precocemente. Isso pode significar uma maior rapidez no diagnóstico em comparação com o longo procedimento usado nas clínicas hoje.

“Normalmente, leva de três a quatro anos para fazer um diagnóstico confirmado de suspeita de autismo, com a maioria das crianças diagnosticadas aos seis anos de idade”, disse o Prof. Qi Su da Universidade Chinesa de Hong Kong. “Nosso painel de biomarcadores de microbioma tem um alto desempenho em crianças menores de quatro anos, o que pode ajudar a facilitar um diagnóstico precoce”.

As taxas de autismo dispararam nas últimas décadas, em grande parte devido à maior conscientização e à ampliação dos critérios usados para diagnosticar a condição. Em muitos países, acredita-se que cerca de uma em cada 100 pessoas esteja no espectro do autismo.

Estudos em gêmeos sugerem que de 60% a 90% do autismo se deve à genética, mas outros fatores contribuem, como pais mais velhos, complicações no parto e exposição à poluição do ar ou pesticidas específicos na gravidez. Os sinais de autismo variam de crianças que não respondem ao seu nome e evitam contato visual, a adultos que acham difícil entender o que pessoas neurotípicas estão pensando e ficam ansiosos se sua rotina diária é interrompida.

Os cientistas já sabiam há muito tempo que pessoas autistas tendem a ter menos bactérias variadas vivendo em seu sistema digestivo. Mas não se sabe se isso se deve ao autismo de alguma forma ou realmente contribui para a condição.

Para se aprofundar no quebra-cabeça, Su e seus colegas analisaram amostras de fezes de 1.627 crianças de 1 a 13 anos, algumas das quais eram autistas. As amostras foram verificadas para ver quais bactérias estavam presentes, e fizeram o mesmo para vírus, fungos e outros micróbios chamados archaea.

Para o site Nature Microbiology, os pesquisadores descreveram como os micróbios intestinais diferem acentuadamente em crianças com e sem autismo. No total, 51 tipos de bactérias, 18 vírus, 14 arqueias, sete fungos e uma dúzia de vias metabólicas foram alterados em crianças autistas. 

Armados com aprendizado de máquina, uma forma de inteligência artificial, os cientistas conseguiram identificar as crianças autistas com até 82% de precisão, com base em 31 micróbios e funções biológicas no sistema digestivo.

O estudo também revelou outras mudanças, com várias vias metabólicas envolvidas na energia e no neurodesenvolvimento aparentemente interrompidas nas crianças autistas.

“Embora fatores genéticos desempenhem um papel substancial no autismo, o microbioma pode atuar como um fator contribuinte ao modular respostas imunes, produção de neurotransmissores e vias metabólicas”, disse Su. “Isso não implica necessariamente causalidade, mas sugere que o microbioma pode influenciar a gravidade ou expressão dos sintomas do espectro autista”.

FONTE: https://odia.ig.com.br/mundo-e-ciencia/2024/07/6878890-autismo-pode-ser-diagnosticado-com-amostra-de-fezes-apontam-cientistas.html

Veja também...

No vídeo abaixo, bem humorado, toco em pontos que comumente as pessoas confundem quando tratamos de autismo. Espero que gostem.

Mãe, pai… Você não precisa dar conta de tudo.Nem ser perfeito.Nem acertar sempre. Ser pai ou mãe já é, por si só, …

Você já conhecia o Experimento de Milgram? Nos anos 1960, o psicólogo Stanley Milgram realizou um dos experimentos mais marcantes da história …

plugins premium WordPress