20/06 | 2 anos de Coletivamente

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TDAH: diagnóstico tardio

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De acordo com Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), entre 5% e 8% da população mundial apresentam Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Apesar dos sintomas aparecerem ainda no período do desenvolvimento, dos primeiros anos de vida até os 12 anos de idade, em alguns casos o diagnóstico preciso só acontece na fase adulta.

Pacientes diagnosticados com TDAH costumam apresentar algumas características principais como desatenção, hiperatividade e impulsividade, o que por muitas vezes é confundido com o comportamento natural da infância, como explica a neuropsicóloga Suzana Lyra (CRP03/9748).

“Para os pais, e por vezes até para alguns profissionais de saúde, os comportamentos característicos do TDAH são interpretados como sendo naturais da criança, tanto a desatenção – ‘Ah, ele se distrai com facilidade, é coisa de criança –, como a hiperatividade e impulsividade – ‘Criança tem que ser agitada mesmo’ –, o que é um grande erro, pois sem o diagnóstico correto não é possível iniciar o tratamento”.

Quando não tratado na infância ou na adolescência, os sintomas podem persistir com o passar dos anos, apesar de serem, normalmente, mais brandos na fase adulta. Estima-se que mais de 60% das crianças que têm TDAH, diagnosticadas desde a infância, entram na vida adulta com alterações causadas por ele.

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil a prevalência de TDAH é estimada em 7,6% em crianças e adolescentes com idade entre 6 e 17 anos, 5,2% nos indivíduos entre 18 e 44 anos e 6,1% em maiores de 44 anos. No total, cerca de 11 milhões de brasileiros são afetados pelo transtorno, conforme dados divulgados em 2022.

“Na fase adulta, os sintomas do TDAH podem estar associados a outros problemas como depressão, ansiedade, compulsão alimentar, distúrbios do sono, e até o uso excessivo de bebidas alcoólicas. Por isso, assim como acontece com crianças e adolescentes, o recomendado em casos de suspeita de TDAH é procurar ajuda profissional para realização de uma avaliação neuropsicológica”, explicou.

Outros sintomas

Além da desatenção, hiperatividade e impulsividade, na fase adulta outros sintomas ficam em evidência, como a dificuldade de planejamento e execução de tarefas, instabilidade profissional, procrastinação e até maior incidência de acidentes de trânsito.

Segundo a especialista, diretora e responsável técnica do Instituto Baiano de Neurodesenvolvimento Suzana Lyra (IBN), a avaliação neuropsicológica é uma das ferramentas mais eficazes para o diagnóstico preciso de TDAH, bem como outros transtornos.

“A avaliação neuropsicológica ajuda a identificar comportamentos, habilidades e dificuldades, investigando tanto a estrutura cerebral, como também as condições psicológicas do paciente, fornecendo um panorama completo para tratamento”, pontuou.

Durante a avaliação, são observadas as memórias, as atenções, as funções executivas e construtivas, coordenação motora, equilíbrio estático e dinâmico, além do tônus muscular.

“Exame detalhado revela como o cérebro está funcionando e quais são as dificuldades específicas. Dessa forma é possível chegar ao diagnóstico correto, traçando um plano de tratamento personalizado e eficaz, permitindo intervenções direcionadas e com olhar humanizado, concluiu.

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