Olá, pessoal. Nessa minha estreia aqui no Coletivamente, decidi falar para um público específico: o de meninas e mulheres autistas. Elas geralmente não apresentam atrasos significativos no desenvolvimento da fala. Revelam, porém, outros tipos de prejuízos, como, por exemplo, alteração na prosódia, no ritmo. Ou seja, algumas podem falar de forma mais baixa, apresentar uma fala mais monótona, apresentar discurso fragmentado. Outras podem apresentar uma fala mais acelerada, sem permitir pausas e troca de turno, especialmente quando estão falando de assuntos de interesse e hiperfocos – o que naturalmente dificulta uma conversação recíproca.
Costuma ainda haver prejuízos na pragmática.
Apesar disso, devido a um cérebro feminino mais sensível à imitação, empatia, comunicação e habilidades sociais, as meninas/mulheres com TEA podem conseguir “atuar” e se mostrar interessadas em determinados assuntos, além de apresentarem maior facilidade em imitar repertórios aprendidos em outras situações para adaptar seu comportamento.
Dessa forma, os prejuízos (nesse caso, em especial, na linguagem) nas meninas/mulheres com TEA, especialmente no nível 1 de suporte, tendem a “chamar menos a atenção”, muitas vezes adiando diagnósticos.
Embora a linguagem não seja o único aspecto a ser observado quando falamos das diferenças na apresentação do TEA feminino e masculino, esse é um ponto que pede atenção, maior conscientização e capacitação de profissionais para que o TEA possa ser mais precocemente identificado, inclusive entre as meninas. Falo mais sobre esses aspectos no vídeo abaixo.